quarta-feira, agosto 27, 2014

Aécio contente-se em ser coadjuvante, a disputa é entre o trabalhismo de Dilma Rousseff e o financismo de Marina Silva

Após uma rodada do Ibope marcada pela comoção por causa da morte de Eduardo Campos, um inédito confronto de mulheres esconde uma disputa de projetos econômicos distintos. Claro que ainda resta saber se o perplexo e definhante Aécio Neves assistirá ou protagonizará essa batalha. Mas mesmo que Aécio contente-se em ser coadjuvante, a disputa entre o trabalhismo de Dilma Rousseff e o financismo de Marina Silva o deixará representado.

Marina aliás, é ainda mais radical que Aécio na adoção do modelo econômico europeu defendido pelo mercado, com a reafirmação dos preceitos de "austeridade fiscal", pois passa o Banco Central diretamente para o controle das instituições financeiras. Marina agrega ainda o discurso de uma "nova política" e do conservadorismo ambiental, contrário a construção de hidrelétricas, por exemplo.

Por outro lado, se Dilma carrega o peso do desgaste de ser situação e suporta nos ombros o ataque mais hostil da história da imprensa, trás consigo a herança do lulismo e dos benefícios sociais que ocorreram na sociedade brasileira na última década. Marina também diz não negar essas conquistas e disputa uma parte da continuidade do que fez Lula, apesar de agregar para si o programa econômico de Fernando Henrique Cardoso.

Os próximos dias nos trarão as respostas. Aécio se diz tranquilo, vai recuperar o segundo posto em vinte dias, garante.

Quem ganhará essa disputa? Quanto tempo a herança de um santificado Eduardo Campos é capaz de catapultar sua ex-vice e atual viúva política. Marina conseguirá consolidar o espaço conquistado? Ou a aprovação crescente de Dilma, segundo mostra o Ibope, com Bom/Ótimo curiosamente igual a sua intenção de voto (ninguém que acha o governo regular vota na Dilma?) vai lhe assegurar uma vitória que até aqui parecia tranquila?

No jogo do pisca, quem pisca primeiro? Via Política no face.

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