O assessor de relações institucionais da
7ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, em Natal, coronel
Erland Mota, dava as primeiras informações, anteontem, sobre a atuação
das Forças Armadas na cidade, enquanto tentava resumir: “Olha, vai
funcionar exatamente como da outra vez, em agosto”. Como naquela
ocasião, a articulação nas ruas da facção Sindicato do Crime (SDC)
forçou a volta dos homens de farda camuflada ao patrulhamento da
capital.
Reagindo a uma transferência de 220 integrantes, após a chacina de 26
presos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, o SDC
deflagrou ataques pela capital e dez cidades do interior, com ônibus
queimados e bases da polícia alvejadas, e voltou a demonstrar força,
mesmo acuado pelos rivais do Primeiro Comando da Capital (PCC),
responsáveis pelo massacre dentro do presídio.
Mesmo com o reforço do Exército nas ruas, um carro foi incendiado na
madrugada de sexta, no bairro de Felipe Camarão, zona oeste. Ninguém foi
preso. Em negociação com órgãos de segurança, empresas e funcionários
do transporte público haviam se comprometido a voltar a circular, mas
com a frota reduzida.
Nem duas operações, deflagradas pela polícia e pelo Ministério
Público no ano passado, com a transferência de membros para presídios
federais, representaram abalo significativo à estrutura da organização.
Especialistas veem esse fator com preocupação, uma vez que o cenário de
insegurança pode repetir-se mesmo com o eventual controle de Alcaçuz,
rebelada desde a semana passada.
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