quarta-feira, junho 14, 2017

Bancos de sangue têm queda de reservas durante o inverno.

Sete estátuas paulistanas amanheceram hoje (14) com partes de suas estruturas simulando um curativo em forma de adesivo vermelho. A ação foi organizada pela Fundação Pró-Sangue, ligada à Secretaria Estadual de Saúde, e a ideia é lembrar o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado hoje (14). Foram feitas intervenções nas estátuas do Borba Gato, em Santo Amaro (zona sul); o Anhanguera, na Avenida Paulista; Cristóvão Colombo, na praça Panamericana, O Semeador, na Praça Apecatu (zona oeste); Pedro Álvares Cabral, no Parque Ibirapuera; além de Padre José de Anchieta, na Praça da Sé, e Augusto de Prima Porta, no Arouche, ambas no centro.

Apesar do aumento do número de pessoas doando sangue em função das inúmeras campanhas feitas por órgãos oficiais e movimentos da sociedade civil, os bancos de sangue da Fundação Pró-Sangue continuam com seus estoques em situação crítica. Segundo dados do órgão, há uma queda gradativa da coleta e as reservas estão 60% abaixo do patamar ideal. Os tipos sanguíneos em situação mais delicada são o O+, A+, O-, B- e A-, por ordem de importância. As reservas atuais têm condições de abastecer os hospitais por apenas dois dias. A fundação fornece sangue para 100 instituições de saúde da rede pública estadual.

De acordo com a médica da fundação Selma Soriano, há épocas do ano em que as pessoas diminuem suas idas ao banco de sangue. O período do ano em que as pessoas mais doam é a primavera, sendo que nas outras três estações do ano a frequência cai. “No inverno, as gripes e os resfriados afastam o doador. No verão, o calor incomoda e as pessoas se desidratam mais. Além disso, há as férias de empresas e escolares, o que tira a prioridade das pessoas em doar sangue”.

Selma ressaltou que a baixa dos estoques de sangue é uma preocupação mundial e que, no Brasil, de 1,7% a 1,9% da população doa sangue. O estado de São Paulo chega ao índice de 2,1%. Segundo ela, os baixos índices estão ligados ao fato de que a maioria das pessoas ainda não entende a doação como um ato de cidadania ou um hábito. “Teria que haver a doação de sangue regular de duas a três vezes por ano por indivíduo. Por outro lado a demanda de sangue precisa ser melhor analisada. Quando o médico vai usar a transfusão de sangue, ele tem que pensar em estratégia”.

Segundo ela, em maio, foram atendidos 14 mil candidatos a doação e coletadas 11.860 bolsas. Há dez anos, neste mesmo período, a coleta chegou a 18 mil bolsas. "Foi o primeiro mês que conseguimos chegar a quase 12 mil que é o que precisamos. Faz mais de três anos que nós não conseguimos manter os estoques suficientes e temos sempre que pedir à população, além de fazer o manejo dos estoques", ressaltou Selma.

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