sábado, junho 17, 2017

Ministro interino da Cultura pede demissão.

O ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade, pediu demissão ao presidente Michel Temer nesta sexta-feira. À frente da pasta desde que o ex-ministro Roberto Freire (PPS) deixou o governo, há pouco mais de um mês, Andrade alega na carta entregue à presidência “desinteresse em ser efetivado como ministro”.

“Comunico a Vossa Excelência, respeitosamente, o meu desinteresse em ser efetivado como Ministro de Estado da Cultura, posto que venho exercendo interinamente, e por determinação legal do regimento interno, por ser o atual Secretário-Executivo do Ministério da Cultura. Assim sendo, confirmo a minha disposição para contribuir de forma mais proativa possível com a transição de gestão no Ministério da Cultura, até a nomeação do próximo Ministro de Estado da Cultura e seu respectivo Secretário-Executivo”, diz Andrade na carta de demissão.

Além do desinteresse pelo cargo, o agora ex-ministro lamentava restrições orçamentárias. Para ele, o “grave corte orçamentário da pasta, em 43%, que imobiliza o Ministério e inviabiliza alimentar qualquer sonho de uma boa política cultural, e a redução a zero dos recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC)”.

Ele também citou a “a deterioração política” como motivo que o levou a tomar a decisão.

Cineasta, João Batista de Andrade foi secretário-executivo da Cultura durante a passagem de Freire na pasta. Ele ficou no ministério em período de transição, assim como boa parte dos indicados do PPS, mas vinha tendo problemas, por exemplo, na sucessão da presidência da Ancine, ainda sob influência do PCdoB, que comandou a agência na era petista.

Presidente do PPS, Roberto Freire deixou o governo depois de as delações premiadas de executivos da JBS atingirem em cheio o presidente. Ele tomou a decisão depois que Temer negou que renunciaria. Freire defendeu o desembarque de seu partido da base aliada, o que não aconteceu. A legenda mantém o Ministério da Defesa, comandado por Raul Jungmann.

“A decisão de sair é política do partido, todos achavam que eu devia sair. Não volto atrás. Mas não vamos fazer oposição ao governo. O Raul fica por causa das Forças Armadas, ali é melhor não criar nenhum problema ” disse Roberto Freire a VEJA à época de sua saída do governo.

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