sexta-feira, julho 14, 2017

Justiça Global pede que ONU intervenha para diminuir violência no Rio.

A organização não governamental Justiça Global, ligada à defesa dos direitos humanos, enviou um documento à Organização das Nações Unidas (ONU) para que se manifeste publicamente sobre a onda de violência que tem aparecido de forma recorrente no Rio de Janeiro em 2017 atingindo crianças e adolescentes. O documento pede que o organismo internacional intervenha junto às autoridades brasileiras.

O relatório cita que as mortes ocorreram em decorrência da atuação da Polícia Militar em favelas e periferias da cidade do Rio de Janeiro.“A realização de operações policiais com caveirões e armamento de alto poderio bélico em áreas urbanas, por si só, já constitui uma violação de direitos humanos, mas isso ganha contornos ainda mais graves ao envolver a vida de crianças e adolescentes.”

No informe, enviado à Relatora Especial Sobre Execuções Extrajudiciais, Sumárias ou Arbitrárias da ONU, Agnes Callamard, a Justiça Global cita casos que mostram o descaso do Estado com a segurança das crianças, como o de Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, morta por tiros de fuzil, na Escola Municipal Daniel Piza, em 30 de março. O assassinato decorreu da atuação do 41º Batalhão da Polícia Militar. Policiais da unidade militar se envolveram em casos de repercussão internacional, como a execução de cinco jovens de Costa Barros, que tiveram o carro fuzilado com 111 tiros disparados, em 28 de novembro de 2015.

De acordo com o pesquisador da Justiça Global, Guilherme Pontes, em 2017 ocorre um crescimento inaceitável da violência do Estado, que só aprofunda um problema estrutural de racismo e desigualdade social. “Como a falência do projeto das UPPs não é algo que o governo tem conseguido esconder, ele volta a investir cada vez mais nessas operações de alta letalidade. A própria Polícia Militar constatou que os tiroteios em favelas que contam com Unidade de Polícia Pacificadora [UPP] aumentaram 13.746% em cinco anos, entre 2011 e 2016", diz o pesquisador.

Em nota, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou que não irá se pronunciar sobre o relatório no que diz respeito às unidades de Polícia Pacificadora.

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