Tatuadores reunidos na capital paulista na Tattoo Week, a maior
convenção sobre o tema do país, estão debatendo a adoção de um protocolo
de segurança para que sejam feitas tatuagens no país. A ideia é seguir o
modelo europeu, em que o tatuador tem de registrar todas as informações
referentes aos materiais utilizados, como agulhas e tinta,
especificando o lote, data de validade e marca.
Com o protocolo,
em caso de alguma reação adversa, é possível encontrar a fonte do
problema evitando, por exemplo, que um lote com defeito de qualquer um
dos materiais continue circulando no mercado, facilitando sua retirada
com rapidez.
“Na Europa, esse procedimento faz parte do protocolo
de atendimento em qualquer estúdio de tatuagem e certamente garante
segurança para o tatuado e para o tatuador”, disse o presidente do
Comitê Europeu de Normatização da Tatuagem e vice-presidente da
Federação Espanhola de Tatuagem, Albert Grau Loyola, que vai ministrar
um seminário, no domingo (16), durante o evento.
Segundo o
idealizador e organizador da Tattoo Week, Enio Conte, a convenção
pretende sugerir a todos os profissionais brasileiros o uso do
protocolo, que incluiria adoção de um documento chamado “consentimento
informado”, assinado por tatuador e tatuado, antes do início da sessão
de tatuagem.
“Mais que um evento de entretenimento e lazer, nossa convenção de tattoo pretende
contribuir para a segurança nos processos da arte na pele. E, nesse
sentido, levaremos essa proposta aos tatuadores brasileiros e, em um
segundo momento, após o período de adaptação à realidade brasileira,
queremos discutir a possibilidade de o Brasil também adotar um protocolo
de trabalho, seja por meio de uma instrução normativa, seja por um
projeto de lei", disse Conte.
De acordo com a legislação
brasileira, os equipamentos e tintas utilizadas em tatuagem devem ser
registrados na Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo a agência, antes de fazer qualquer tatuagem é importante cobrar
do profissional responsável as informações referentes ao nome do produto
que está sendo utilizado.
Na embalagem do produto é obrigatória a
apresentação do número de registro na Anvisa bem como a identificação
do fabricante e distribuidor. As informações também podem ser
verificadas pelo atendimento da Anvisa no telefone 0800 642 9782.
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