domingo, agosto 20, 2017

Opas premia projetos em todo o país que inovam na proteção à saúde da mulher.

O parto que deveria ser um momento de alegria pela chegada do bebê pode se transformar um episódio marcado pela violência e humilhação. Isso ocorre quando a mulher é vítima da violência obstétrica. Com atividades para conscientizar e prevenir mulheres para que não sejam submetidas a essa situação, o Projeto TransformaDor: parir com amor, sem violência, foi premiado hoje (20) na 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher.

Outros cinco projetos também receberam o prêmio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em parceria com o Conselho Nacional de Saúde (CNS). Todas as experiências foram implementadas em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Vinte e dois projetos foram inscritos para a premiação do Laboratório de Inovação sobre Participação Social na Atenção Integral à Saúde das Mulheres, da Opas, em parceira com o CNS. O objetivo é incentivar práticas inovadoras implementadas no SUS que resultem em melhoria do atendimento de saúde à população.

O Projeto Transformador foi desenvolvido pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Pará, sob a coordenação da professora Edna Barreto, e coleciona relatos de mulheres que, no momento do parto, ouviram da equipe de saúde frases como “na hora de fazer você não chorou, agora está chorando”, “não chora, se não, não vou te atender” ou “não chora porque, ano que vem, você está aqui”. Para conscientizar as mulheres sobre o que é a violência obstétrica e, a partir daí, empoderá-las para que não permitam que esse tipo de situação continuem ocorrendo, o TransformaDor criou um grupo de apoio às gravidas na unidade de pública de saúde da Pratinha, bairro na periferia de Belém.

O grupo realizou dez atividade preventivas com palestras e discussões na Pratinha ao longo de 2016. O público-alvo foram as mulheres negras, com participação também dos companheiros das grávidas e profissionais da unidade de saúde.

O projeto trabalho o conceito de violência obstétrica como toda forma de violência praticada pela mulher na gravidez, no parto, no pós-parto e em situação de abortamento. “Essa violência se materializa a partir de xingamentos, de abusos, de maus tratos, de procedimento inadequados. Segundo dados da Fundação Perdeu Abramo, uma em cada quatro mulheres sofre violência obstétrica no Brasil”, disse Edna Barreto.

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