quinta-feira, junho 21, 2018

Mais de cem venezuelanos já procuraram ajuda na Cáritas do Rio em 2018

A crise econômica e política da Venezuela tem levado milhares de cidadãos daquele país a cruzar a fronteira com o Brasil e se fixar em Roraima. Mas outros estados do país também vêm recebendo cidadãos do país vizinho em busca de melhores condições de vida. No Rio de Janeiro, de acordo com informações fornecidas pela Cáritas RJ, 122 venezuelanos foram atendidos pela entidade somente este ano. No ano passado, quando a crise começou a se agravar, foram 170.

O número é modesto se comparado à realidade de Boa Vista, capital de Roraima, onde a prefeitura estima que cerca de 40 mil venezuelanos tenham chegado à cidade. Por outro lado, os dados destoam do observado no Rio de Janeiro em período recente. Os 122 atendimentos deste ano já superam todos os ocorridos entre 2012 e 2016.

A Caritas RJ é voltada para acolher, assegurar os direitos dos refugiados e criar condições para que eles possam reconstruir a vida no Brasil de forma digna. Ela auxilia ainda na busca pelo reconhecimento da condição de refugiado. No Brasil, os pedidos devem ser apresentados ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). O órgão divulgou em abril um relatório segundo o qual 5.134 refugiados com registro ativo viviam no país em dezembro de 2017, sendo 17% desses no Rio de Janeiro.

Ao longo do ano passado, foram feitas quase 34 mil solicitações de reconhecimento da condição de refugiados. O maior volume de pedidos veio dos venezuelanos, que responderam por 53% do total. Em seguida vieram nacionais de Cuba e do Haiti, com 7% cada, e de Angola, com 6%. Desde 2007, 39% dos refugiados reconhecidos são sírios.

No caso dos venezuelanos, o governo brasileiro tem concedido a muitos deles um visto que lhes dá autorização de permanência no país por até dois anos. A coordenadora do Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas RJ, Aline Thuller, defende que a vinda ao Brasil não decorre apenas de questões financeiras, mas também políticas, motivo pelo qual eles são elegíveis para o refúgio de maneira mais ampla.

“Com a autorização de permanência, eles estão regulares e podem trabalhar e viver. Mas o refúgio garante uma proteção que não se consegue de outra forma. Eles passam a ter o direito de não devolução, passam a ter benefícios específicos criados para a população refugiada. E é necessário para algumas pessoas em especial, inclusive porque correm risco de vida se retornarem ao país de origem”.

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