O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília nesta quinta-feira, 19, após ser liberado pelos médicos do Sírio-Libanês em São Paulo. O primeiro compromisso oficial do petista depois da internação será a reunião ministerial desta sexta-feira, 20.
O evento foi formatado para ser menos desgastante do que uma reunião ministerial normal. Será no Palácio da Alvorada em vez de no Palácio do Planalto.
Aliados do presidente estão céticos quanto à possibilidade de o chefe do governo realmente desacelerar suas atividades. O petista voltou a Brasília nesta quinta-feira, 19, depois de passar dez dias em São Paulo tratando um sangramento intracraniano.
Lula ficou internado da noite de segunda-feira passada, 9, até domingo, 15. Quando teve alta do Hospital Sírio-Libanês, disse a jornalistas que poderia trabalhar normalmente, mas que teria de “ficar pelo menos uns 60 dias tranquilo”. Ele não poderá, por exemplo, fazer viagens internacionais.
Ao longo dos últimos dias, o Estadão/Broadcast ouviu diversos aliados do presidente da República dizendo, reservadamente, ter dúvidas sobre a capacidade do petista de desacelerar sua rotina. A avaliação é de que Lula, hoje com 79 anos, é naturalmente agitado. Ele gosta de acompanhar de perto o trabalho dos principais ministérios e os programas de governo que lhe são mais caros, incluindo participação em atos públicos.
Um fator que poderá pesar a favor de um alívio na rotina do petista é a primeira-dama, Janja Lula da Silva. Ela costuma aconselhá-lo a cuidar melhor da saúde. É uma das pessoas a quem o presidente mais ouve. Além disso, as primeiras declarações do petista depois do incidente mostram que o caso o deixou assustado.
Uma demonstração do ceticismo no entorno de Lula sobre a possibilidade de ele reduzir o ritmo foi dada há poucos dias. Setores do governo chegaram a fazer preparativos para Lula participar de ato com catadores de material reciclável nesta quinta, 19, caso tivesse liberação médica. No fim, o petista não participou do evento.
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