A sociedade atual vive em privação de sono, com média de menos de 7 horas dormidas por noite. E isso pode acarretar graves danos à saúde. "É falsa a ideia de que dormir mais é perda de tempo, durante o sono ocorrem importantes ajustes no organismo", defende Geraldo Lorenzi Filho, chefe do Laboratório de Investigação de Doenças do Sono do InCor, durante o 7 º Congresso Brasileiro Cérebro, Comportamento e Emoções, que ocorre em Gramado, Rio Grande do Sul.
O doutor da Faculdade de Medicina da USP explica que, quando dormimos, a temperatura corporal cai de 37° C para 35° C, a pressão cai 10% e também há diminuição do tônus muscular. Durante o sono REM, o cérebro está acordado enquanto o corpo dorme. Hormônios como o do crescimento e a melatonina são produzidos, e a memória é organizada. Os aparelhos circulatório e respiratório descansam.
Nos homens, o sono provoca principalmente sonolência durante o dia; já nas mulheres, o cansaço é a sensação principal, enquanto as crianças tendem a ficar mais hiperativas.
Além disso, dormir menos do que o corpo precisa (e isso varia de pessoa para pessoa -algumas podem precisar de nove horas enquanto outras ficam bem com seis horas de sono) nos deixa mais sensíveis a dor, diminui a capacidade mental e a memória, aumenta a ansiedade e a obesidade, reduz o nível de alerta e, assim, crescem os erros por omissão. Dormir menos de seis horas consecutivas afeta a coordenação, julgamento e velocidade de reação.
E não adianta tentar compensar a correria do dia-a-dia dormindo até tarde no final de semana. "Existe débito de sono, mas não existe crédito, de você dormir muito e acumular para gastar durante a semana. Claro que é melhor do que não dormir o ideal também nestes dias", explica o neurocientista Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná. Ele lembra ainda que é preciso cuidado para não acordar tarde, - indo assim dormir tarde no sábado e domingo, começando a segunda-feira com sono.
Que tal a promessa de segunda-feira ser dormir mais esta noite para começar melhor a semana?
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