Em junho de 2010, a jovem Maisha Najeeb, com 10 anos na época, foi
submetida a uma cirurgia no hospital pediátrico Great Ormond Street, em
Londres. A intervenção cirúrgica consistia em procedimento de
embolização, voltado para reduzir o fluxo arterial do cérebro e reparar
vasos sanguíneos. Nesse tipo de cirurgia, os médicos devem, momentos
antes da operação, injetar um líquido corante de contraste
para facilitar a visibilidade da circulação do sangue. A família de
Maisha estava apreensiva, mas confiante de que tudo daria certo e que os
médicos do hospital conseguiriam ajudar a menina.
Mas, por algum engano, ocorreu uma troca de seringas, e no lugar do
líquido corante, os médicos injetaram uma cola usada para conter
sangramentos em uma artéria cerebral da paciente. O erro foi
irreversível. E devastador.
Hoje, aos 13 anos, a jovem Maisha não anda, não fala, pouco se
movimenta. Ela precisa de cadeira de rodas para andar e perdeu grande
parte de suas funções cognitivas. Segundo seu pai, Sadir Hussain, a
vida da filha foi "arruinada" naquela cirurgia.
O erro médico foi comprovado e, na segunda-feira (27), a Justiça de
Londres aprovou um acordo que prevê que o hospital pediátrico pague uma
indenização inicial de 2,8 milhões de libras ( o equivalente a R$ 11,1
milhões) à família da vítima. A Justiça determinou ainda que o centro
médico pague, todos os anos, mais 383 mil libras ( R$ 1,5 milhão) até a
vítima completar 19 anos de idade, e mais 423 mil libras (R$ 1,6 milhão)
anuais até a sua morte. O dinheiro da indenização deverá ser usado para
ajudar a família a pagar os cuidados e tratamentos médicos que a garota
precisará pelo resto de sua vida. De acordo com alguns especialistas,
ela deve viver até, no máximo, 64 anos de idade.
O advogado do hospital, Nick Block, lamentou o ocorrido. "Não podemos
voltar atrás e corrigir o que aconteceu. Mas esperamos que a partir de
agora não volte a acontecer um erro tão trágico." "Espero que com a
decisão da Justiça o hospital aprenda a lição e se preocupe em não
deixar o mesmo ocorrer na vida de outras famílias", disse o pai de
Maisha ao jornal britânico Metro.
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