segunda-feira, maio 15, 2017

Aplicativos para contratação filtram candidatos a partir de jogos on-line.

Alguns meses após perder o emprego, Josival Nunes, 29, ouviu de colegas de faculdade que um joguinho para celular poderia ajudá-lo a encontrar um novo trabalho.

Baixou o aplicativo indicado, o Taqe, e passou, por quatro dias, o tempo que teve no ônibus e no trem usando o serviço. Nele, respondia a questões sobre temas como personalidades, português e
conhecimentos gerais e acompanhava dicas sobre o mercado de trabalho.

“A princípio, jogava mais pela graça, não achava que iria acontecer nada”, conta.

Poucos dias depois, foi chamado pela Natura, e acabou contratado como auxiliar de produção em abril.

Como a empresa já conhecia seu desempenho a partir do jogo, Nunes fez apenas uma entrevista antes de ser aprovado para a vaga.
A companhia começou a testar o app neste ano.

Serviços como esse tentam substituir currículos e as dinâmicas de grupo por processos de seleção que buscam ser mais eficientes e menos desagradáveis.

“O currículo nunca resolveu o problema do recrutamento. Muitas pessoas não sabem escrever um que mostre suas habilidades”, diz a professora Anna Cherubina Scofano, coordenadora de cursos de MBA
na FGV.

Por outro lado, aplicativos permitem minimizar custos com a organização de testes e dinâmicas presenciais e facilitam a organização e análise de informações sobre candidatos, diz Scofano.

Apesar da facilidade, porém, a especialista afirma que os serviços não substituem a entrevista no final da seleção.

O currículo conta menos ainda quando se vai contratar jovens, que ainda não têm experiência para mostrar, diz Renato Dias, sócio do Taqe.

A start-up usa como alternativa um sistema de pontos, ganhos conforme o candidato responde a testes, e assiste a vídeos com conteúdo.

Dependendo da pontuação, ele passa a poder se candidatar a diferentes vagas.

Segundo Dias, o aplicativo está sendo testado por oito grandes empresas e, sem especificar números, “dezenas de milhares” de usuários.

O Taqe recebe das empresas que usam o serviço quando candidato indicado pelo app é contratado (o valor por profissional varia dependendo do cargo e região).

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