O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pode
votar hoje (22) proposta de resolução para decretar trégua de 30 dias na
Síria, após os promotores da iniciativa terem dado o último passo nessa
quarta-feira.
O Kuwait e a Suécia, responsáveis pelo dossiê
humanitário sírio no conselho, consideram o texto fechado e pediram uma
votação, "assim que possível", disseram fontes diplomáticas. O mais
provável é que a votação ocorra nesta quinta-feira, embora ainda não
tenha sido incluída na agenda oficial.
Se a votação não ocorrer
hoje, deverá ser feita amanhã (23), segundo os prazos habituais com os
quais opera o Conselho de Segurança.
O texto, que é negociado há
dias, busca a suspensão das hostilidades em toda a Síria durante um mês e
estabelece que, 48 horas após o seu início, seja permitido o acesso
semanal de comboios humanitários da ONU a áreas necessitadas.
Dois
dias depois, serão facilitadas as evacuações médicas de áreas às quais
as Nações Unidas não têm acesso. A medida também exige a suspensão dos
assédios sobre várias áreas, incluindo o enclave rebelde de Ghouta
Oriental, nos arredores de Damasco, que é alvo de dura ofensiva
governamental.
A Rússia, pelo menos em um primeiro momento, se
mostrou contrária a essa iniciativa ao considerar que era pouco realista
e que os "terroristas" combatidos pelo regime de Damasco não
respeitarão uma trégua. Moscou, o principal aliado do governo sírio na
ONU, tem direito de veto no Conselho de Segurança.
Sem esperar a
votação da resolução, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu
hoje a "suspensão imediata" das hostilidades em Ghouta Oriental, diante
da "tragédia humana" que ocorre no local.
"Estou profundamente
entristecido pelo sofrimento da população civil em Ghouta Oriental, 400
mil pessoas vivem o inferno na terra", disse Guterres ao Conselho de
Segurança.
A Rússia pediu hoje que o Conselho realize uma sessão aberta para discutir a situação em Ghouta Oriental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário