sábado, agosto 25, 2018

Trump suspende negociação com a Coreia do Norte.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem sexta-feira (24) o cancelamento da visita de seu secretário de Estado, Mike Pompeo, à Coreia do Norte, agendada para a próxima semana. Tomada como alerta para a falta de avanços na desnuclearização pelo regime de Pyongyang, a medida equivale a uma suspensão nas negociações bilaterais.

Trump atribuiu a escassez de avanços à China, que tem se mantido à margem das conversas entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. Mas continua a ser o principal aliado de Pyongyang e o alvo preferencial das barreiras comerciais impostas pelo governo americano.

“Pedi ao secretário de Estado Mike Pompeo para não ir à Coreia do Norte dessa vez porque sinto que não estamos fazendo progresso suficiente em relação à desnuclearização da Península Coreana”, afirmou Trump no Twitter. Ele acrescentou não acreditar que os chineses “estejam ajudando no processo de desnuclearização como fizeram antes”.

Em outro tuíte, Trump afirmou que ainda visitaria a Coreia do Norte “no futuro próximo, preferencialmente quando nossa relação comercial com a China esteja resolvida”. Nesta semana, seu governo aumentou novamente as tarifas de importação para mais um conjunto de bens chineses.

“Enquanto isso, gostaria de enviar minhas saudações mais calorosas ao presidente Kim. Espero vê-lo em breve”, escreveu Trump, sem indicar se as frases eram sinceras ou irônicas.

Ontem, Pompeo afirmou que voltaria à Coreia do Norte na próxima semana para a etapa seguinte do processo de negociação sobre a  “desnuclearização final e totalmente verificada da Coreia do Norte”. O processo, entretanto, envolveria também a desmontagem do arcabouço nuclear dos Estados Unidos na região e, especificamente, na Coreia do Sul.

A viagem abortada seria a quarta de Pompeo à Coreia do Norte e a segunda desde a reunião histórica, em 12 de junho em Singapura, entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.

Não se trata da primeira vez que Trump se aproveita da imprevisibilidade de negociações agendadas. Ele chegou a anunciar o cancelamento de sua reunião com Kim, em maio, mencionando a “hostilidade aberta” da Coreia do Norte. Recuou depois.

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