Antes mesmo de desembarcar hoje na capital argentina, a presidente Dilma Rousseff fez questão de deixar claro aos “hermanos” que eles podem esperar uma relação mais próxima e uma parceria efetiva entre os dois países. Mas Dilma não pode prometer o que mais desejam os empresários da nação vizinha: manter o valor do real frente ao dólar. Na entrevista coletiva que concedeu aos três mais importantes jornais do país — Clarín, La Nación e Página 12 —, Dilma criticou a guerra cambial entre Estados Unidos e China e, questionada se poderia afirmar que o real não iria se desvalorizar, ela foi direta: “Ninguém no mundo pode dizer que não haverá desvalorização. Nos últimos tempos, temos conseguido manter o dólar dentro de uma banda de flutuacão. Ou seja, não tivemos um derretimento, como se falou por aí. Oscilou entre 1,6 a 1,7 real por dólar. Agora, ninguém no mundo pode dizer que garante isso (a não desvalorização)”.
Dilma chega hoje à Argentina para uma visita de seis horas, acompanhada de oito ministros, um deles, interino — o de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que representará Edison Lobão. No curto espaço de tempo, assinará acordos como um que tratará da construção de um reator nuclear para fins pacíficos e exploração dos campos petrolíferos do pré-sal na costa brasileira.
Ela terá ainda um encontro com as mães da Praça de Maio, incansáveis defensoras dos direitos humanos, que até hoje protestam contra os desaparecidos na ditadura militar — tema que Dilma também abordou na entrevista aos principais jornais do país. “Eu não negocio direitos humanos e nem farei concessões nessa área”, disse Dilma. Ela citou especificamente as prisões de Abu Ghraib, no Iraque, e de Guantánamo, em Cuba.
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