segunda-feira, agosto 20, 2012

Irã bane mulheres de 77 cursos universitários.

Trinta e seis universidades iranianas anunciaram que vão banir as mulheres de 77 cursos. A proibição, que foi divulgada pela primeira vez no dia 6 de agosto, entra em vigor com o começo do ano letivo no país, e provocou a ira de ativistas ao redor do mundo. A nobel de Paz iraniana Shirin Ebadi pediu uma investigação da ONU contra as novas medidas, informa o “Telegraph” em sua edição desta segunda-feira.

Entre os cursos que serão exclusivos para homens, estão Química, Engenharia e Contabilidade, Literatura Inglesa e Tradução para o inglês, segundo o site de notícias iraniano Rooz Online e o jornal britânico. A Universidade de Teerã, por exemplo, só vai aceitar inscrições de homens para as cadeiras relacionadas a recursos naturais e matemática. A maioria dos assuntos ligados a petróleo também foi banida para as mulheres. A medida não vai afetar as alunas que já estão cursando as carreiras agora proibidas.

- Alguns campos não são muito propícios para a natureza da mulher - declarou Abolfazl Hasani, uma importante autoridade de Educação do Irã.

Em julho do ano passado, o presidente Mahmoud Ahmadinejad pediu o fim dos planos para segregar mulher e homens nas universidades iranianas. Segundo estimativas, as mulheres contabilizam mais de 60% dos alunos universitários do país. Clérigos do governo começaram a se preocupar com os efeitos sociais da educação superior entre as mulheres, como a queda das taxas de casamento e de filhos por família.

Em carta escrita ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e à alta comissária para direitos humanos, Navi Pillay, a iraniana Shirin Ebadi disse que o objetivo dos aiatolás é reduzir a presença feminina a menos de 50% nas universidades iranianas, enfraquecendo o movimento feminista e sua campanha contra leis islâmicas discriminatórias.

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