O novo estudo mostra que nos últimos 30 anos o sobrepeso entre crianças e adolescentes subiu quase 50% em todo o mundo
Em todo o mundo, há 2,1 bilhões de
pessoas obesas ou com sobrepeso, o que representa quase 30% da
população. Em 1980, esse número era de 857 milhões. O aumento da
obesidade nas últimas três décadas ocorreu em todas as regiões do mundo,
representando um problema de saúde pública em países ricos e pobres.
As informações são da pesquisa Global
Burden of Disease, considerada a análise mais abrangente feita sobre o
assunto, publicada nesta quinta-feira na revista The Lancet.
Conduzido pelo Instituto de Métrica e Avaliação em Saúde (IHME, sigla em
inglês), da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o estudo
analisou informações de crianças, adolescentes e adultos de 188 países.
Reunindo dados de pesquisas, censos estatísticos e artigos científicos
em todas as regiões do planeta, entre 1980 e 2013, o trabalho aponta
para a necessidade de uma ação global conjunta para combater a epidemia
crescente de obesidade.
“A obesidade afeta pessoas de todas as
idades e renda”, diz Christopher Murray, diretor do IHME. “Nas últimas
três décadas, nenhum país teve sucesso na redução de suas taxas. O
problema deve crescer nos países pobres, se medidas urgentes não forem
tomadas para combater essa crise de saúde pública.”
Os países mais gordos — Há
671 milhões de obesos no mundo. Mais da metade deles vive em apenas dez
países: Estados Unidos (acima de 13%), China e Índia (15%), seguidos
por Rússia, Brasil, México, Egito, Alemanha, Paquistão e Indonésia.
Em todo o planeta, a obesidade e
sobrepeso aumentaram de 29% para 37% entre os homens e, entre as
mulheres, de 30% para 38%. Os homens lideram o ranking nos países ricos e
as mulheres, nos pobres.
“No caso feminino, quanto menor a
instrução e a renda, maior é o peso. Para os homens, esses fatores não
são tão importantes”, diz Paulo Lotufo, diretor da Divisão de Clínica
Médica do Hospital Universitário da USP, e um dos três autores
brasileiros do estudo. “Com menos acesso à informação, a mulher deixa de
ter alimentação variada. Além disso, o preço dos alimentos altamente
calóricos é baixo.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário