Uma casinha simples no centro da cidade era uma das mais conhecidas e
visitadas do Exu. “Onde mora dona Priscilia?” ou “onde mora a amiga de
infância de Luiz Gonzaga?” eram perguntas sempre respondidas prontamente
pelos moradores da terra onde nasceu e cresceu o mais importante músico
pernambucano. Lúcida até quase o fim da vida, Dona Priscilia Vicente
dos Santos era a única pessoa capaz de falar sobre a infância do Rei do
Baião puxando pela própria memória. Hoje, aos 99 anos, ela faleceu no
Hospital Regional de Ouricuri.
No povoado do Araripe, os dois brincavam juntos no terreiro quando
crianças. Priscilia viu Gonzaga tocar em seus primeiros “sambas”,
palavra usada antes da criação do forró. Viu também quando ele deixou a
casa dos pais e fugiu para o Ceará. Também foi testemunha da volta de
Gonzaga ao Araripe, já famoso no Rio de Janeiro.
Quando Gonzaga se casou com dona Helena, Priscilia estava lá no Rio
para ajudá-la a criar Rosinha. Foi um ombro amigo para Gonzaguinha, a
quem amava como um filho e sobre o qual falava com saudade e emoção.
No filme “Gonzaga – de pai para filho” foi interpretada por Zezé
Motta, em cenas em que aparecia como uma conselheira e amiga de Gonzaga.
A longa convivência com o músico e seus parentes e amigos fizeram de
dona Priscila uma fonte sempre lembrada quando o assunto era Gonzaga. E
ela sempre foi respeitosa com a memória do Rei do Baião.
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