sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Com frases machistas, manual do ‘bixo’ causa polêmica em universidade.

Um manual de calouros causou polêmica e revolta entre alunos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. O Manual de Sobrevivência do Bixo, com cerca de dez páginas, diz que “os bixos deve ser submisso ao veterano” e que “são uma raça inferior e por isso não podem exigir nada”. Há menção ao consumo de bebida alcoólica, mesmo que prejudique os estudos, e traz ainda frases machistas como “ache a beleza por partes: um dia você pega uma feia com coxa boa, outro dia uma feia com o peito bom”.

O manual dos calouros, tradicionalmente divulgado durante a recepção dos estudantes, traz dicas para se familiarizar ao ambiente universitário e mostra quais são as festas organizadas pelos alunos, entre outras informações. Mas o guia da Engenharia Mecânica foi “além” e traz até um “guia das mulheres”, com cantadas e frases consideradas machistas.

A estudante do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e coordenadora do Diretório Central dos Estudantes Gabriela Bianchini, repudiou o manual. “Mantemos nossa posição de repúdio ao caso e convidamos os membros da AAAMEC (Associação Atlética Acadêmica da Engenharia Mecânica) para um real comprometimento de combate a toda forma de opressão, segregação e violência”. A posição do DCE é que a repercussão do manual, no entanto, foi positiva, já que trouxe à tona o debate sobre o feminismo.

Em nota, a AAAMEC retratou-se pelo “péssimo” manual. “Assumimos nossa culpa e garantimos que novas edições do manual não voltariam a ser veiculadas. A AAAMEC pede desculpa a todas as mulheres e membros da comunidade LBGT ofendidos pelo manual”, diz o texto, divulgado nas redes sociais. “Tornar o ambiente universitário mais nocivo é justamente o oposto da nossa meta. Mais do que nos desculparmos, queremos trabalhar para que essa situação seja remediada.”

Segundo a entidade estudantil, um novo manual começou a ser elaborado “sem apologias a machismo ou quaisquer formas de preconceito”, além de contar com uma “nota de esclarecimento” sobre o caso. O jornal O Estado de S. Paulo aguarda posicionamento da Unicamp.

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