quinta-feira, junho 23, 2016

Procura por pílulas abortivas cresce 50% no Brasil por medo de zika.

Temendo os efeitos do vírus da zika em seus fetos, gestantes da América Latina procuram cada vez mais pílulas abortivas disponibilizadas na internet, encontradas em uma agência de assistência sem fins lucrativos, de acordo com novo estudo. No Brasil, a procura aumentou em 50% entre novembro de 2015 e março de 2016.

A pesquisa, publicada ontem quarta-feira (22) no periódico científico "The New England Journal of Medicine", é a primeira a medir a reação das mulheres grávidas aos alertas do vírus da zika, em nações onde o aborto é limitado ou proibido. Detectado pela primeira vez no Brasil no ano passado, o surto atual é ligado a mais de 1.600 casos de microcefalia, uma malformação craniana.

No país, o aborto é ilegal exceto em casos de estupro, quando a vida da mãe corre perigo ou a criança se encontra doente demais para sobreviver. Os pedidos pelas pílulas aumentaram, também, em outros locais da América Latina: 35,6% em El Salvador; 36,1% na Costa Rica; 38,7% na Colômbia; 75,7% em Honduras; 93,3% na Venezuela e 107,7% no Equador.

No momento em que o zika se dissemina pela América Latina, vários países, como El Salvador, vêm aconselhando as mulheres a evitar uma gravidez, mesmo que o acesso a métodos contraceptivos ou ao aborto seja restrito. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também advertiu casais que moram em áreas com transmissão do vírus a cogitarem adiar gestações.

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