terça-feira, março 13, 2018

Criança que nasceu com 'meio' coração desafia medicina e completa 3 anos

Uma bebê que foi desacreditada pelos médicos ainda na barriga da mãe completa, neste mês de março, três anos de vida. A família mora em Santos, no litoral de São Paulo, e a menina, que nasceu com apenas metade do coração, tem acompanhamento constante em um hospital de São Paulo, onde ela luta pela vida desde o nascimento.

A pequena Manuella Amaral, de dois anos, foi diagnosticada com síndrome da hipoplasia do coração esquerdo ainda na barriga da mãe, com poucos meses de gestação. Isso significa que o lado esquerdo do coração de Manuella não se desenvolveu completamente, deixando a menina com limitações e presa a um tratamento contínuo pelo resto da vida.

De acordo com o cardiologista William Costa, professor de Cardiologia do curso de Medicina da Universidade Metropolitana de Santos, a síndrome é uma doença rara. "Quando a pessoa tem esse problema, quer dizer que o lado esquerdo, que envia o sangue para todo o organismo, não funciona. Foi um desenvolvimento anormal desta cavidade do ventrículo esquerdo", conta.

O cardiologista explicou que a doença é diagnosticada em fase fetal, como foi a de Manuella, "Essa bomba propulsora atrofiada inviabiliza a vida. A criança precisa de cirurgia o mais precocemente possível. Muitas vezes, esses casos podem evoluir para o não desenvolvimento fetal e o bebê morre antes de nascer. Manuella faz parte de um grupo priveligiado e raro", explica.

"Descobriram que ela tinha a síndrome ainda na minha barriga. Falaram que ela não iria sobreviver. Depois, me encaminharam para o Hospital do Coração (HCor) em São Paulo e, desde a gravidez, a Manuella é acompanhada e faz tratamento. A primeira cirurgia dela foi com um dia de vida", conta a mãe da menina, Aline Amaral, que com 32 anos vive apenas para cuidar da filha.

Manuella nasceu no dia 31 de março e, no primeiro dia de vida, foi para a sala de cirurgia para colocar um stent no coração, o que os médicos chamam de cirurgia híbrida, por conta do problema de desenvolvimento. A menina ficou 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HCor, teve diversas convulsões, mas lutou pela vida e conseguiu ir para casa.

Após três meses, a menina voltou para a sala de cirurgia onde precisou fazer cateterismo e, com seis meses, foi necessária outra cirurgia. "Com seis meses de vida, ela já tinha feito três cirurgias importantes e delicadas. A Manuella é uma guerreira", conta.

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