Ministros da Saúde de diversos países africanos se comprometeram a
implementar estratégias-chave para acabar com os surtos de cólera que
assolam a região até 2030. De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), 47 nações africanas ratificaram o documento que prevê o controle e
a prevenção de casos de cólera.
“O cólera é um símbolo da desigualdade”, avaliou o diretor regional
da OMS para a África, Matshidiso Moeti. “É uma doença antiga, que já foi
eliminada em diversas partes do mundo. Todas as mortes por cólera são
preveníveis. Nós temos o conhecimento e, hoje, os países demonstraram
que têm disposição para fazer o que for preciso para acabar com os
surtos até 2030”, completou.
A OMS classificou o cólera como um problema de saúde pública global,
mas destacou que o fardo maior recai sobre a África subsaariana. Em
2017, mais de 150 mil casos de cólera, incluindo mais de 3 mil mortes,
foram reportados em 17 países africanos. Este ano, houve um aumento de
casos em todo o continente, com oito países atualmente enfrentando
surtos.
A região, segundo a entidade, é vulnerável ao cólera por diversos
motivos. Dados mostram que 92 milhões de pessoas na África ainda bebem
água de fontes consideradas inseguras e que, em áreas rurais, água
encanada é pouco comum, forçando o hábito de defecar em áreas abertas.
Além disso, crises humanitárias, mudanças de clima, urbanização rápida e
crescimento da população também aumentam os riscos.
O acordo assinado prevê que os 47 países reduzam em 90% a magnitude
dos surtos de cólera, sobretudo em populações mais vulneráveis e
situações de crise humanitária. As ações incluem melhorar a vigilância
epidemiológica e laboratorial; mapear áreas consideradas hotspots para o
cólera; melhorar o acesso a tratamento oportuno; fortalecer a
vigilância nas fronteiras, promovendo o uso da vacina oral contra a
doença; e ampliar investimentos em água tratada e saneamento.
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