Um cidadão indiano de 20 anos confessou ter estuprado e matado pelo
menos nove crianças, todas meninas, entre três e sete anos na capital,
Nova Délhi, e três outras cidades nos últimos dois anos, de acordo com
informações divulgadas pela polícia nesta quarta-feira. O caso levanta
discussão sobre o número de crianças que desaparecem todos os anos na
Índia e questiona se a polícia tem recursos suficientes para investigar
crimes sexuais brutais.
A confissão ocorreu na segunda-feira após a prisão do cidadão, que
era acusado de estuprar e matar uma menina de três anos, em novembro, em
uma favela da cidade de Gurgaon.
— Ele costumava quebrar as pernas das vítimas antes de tentar
estuprá-las. Depois do estupro, matava — disse Subhash Boken,
sub-inspetor assistente e relações públicas da polícia de Gurgaon.
Um tribunal na terça-feira garantiu a prisão preventiva do acusado
por oito dias, afirmou Boken, dizendo que ele ainda não tem um advogado.
Com o depoimento, a polícia conseguiu ligar três casos de crianças
mortas ao estuprador e está investigando o restante.
Quatro dos casos aconteceram no estado de Délhi, três em Gurgaon e um
na cidade de Jhansi, no norte, além da cidade central de Gwalior. O
homem, que era desempregado, disse que tinha como alvo principalmente
cozinhas comunitárias, como as que distribuem comida grátis para os mais
necessitados.
Ele visava jovens garotas que iam buscar comida, oferecendo-lhes
doces ou dinheiro, e as sequestrava, de acordo com autoridades que
acompanharam sua confissão. O homem, que foi preso em Jhansi, no estado
de Uttar Pradesh, cometeu seu último crime em Gurgaon enquanto visitava
sua irmã na mesma favela onde a vítima vivia, disse a polícia.
Relatos de estupros e assassinatos brutais são comuns nas manchetes
indianas, muitos envolvendo crianças. Ainda que o país tenha adotado,
neste ano, leis mais duras, como as que preveem pena de morte pelo
estupro de crianças menores de 12 anos, os crimes ainda continuam.
— É lamentável que tais casos ainda estejam acontecendo na Índia,
apesar do governo ter aprovado a pena de morte por estupro. A polícia,
os funcionários do governo e a sociedade em geral precisam apoiar as
vítimas e suas famílias — disse Priti Mahara, funcionário da organização
de direitos da criança CRY.
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