A jornada de greve e manifestações convocada para hoje (22) na França
por vários sindicatos de funcionários do governo e da companhia
ferroviária estatal impactou os transportes e parte dos serviços
públicos. A informação é da agência EFE.
Esta é a segunda jornada
de greve e mobilizações que o presidente francês, Emmanuel Macron,
enfrenta. Foram convocadas cerca de 180 manifestações por todo o país
para denunciar suas políticas "liberais e de austeridade".
Devido
à previsão de greve entre os controladores aéreos, a Direção Geral de
Aviação Civil (DGAC) pediu às companhias que reduzam nesta quinta-feira o
seu programa de voos em 30% nos três aeroportos no entorno de Paris:
Charles de Gaulle, Orly e Beauvais. A greve dos controladores começou às
5h e termina às 23h locais (entre 1h e 19h em Brasília) e afeta outros
aeroportos franceses.
A Sociedade Nacional de Ferrovias (SNCF, na sigla em francês) teve de
limitar em 40% a circulação dos trens de alta velocidade, em 25% a dos
de longa distância, em 50% a dos regionais, em 30% a da região
metropolitana de Paris e em 75% a dos internacionais.
Segundo um
dos principais sindicatos de professores, nas escolas a greve será
particularmente notada no ensino primário, pois um quarto dos
professores aderiu.
O dia de mobilização, que segundo uma
pesquisa do instituto Odoxa é considerado justo para 55% dos franceses,
acontece depois das manifestações do último dia 15, quando milhares de
aposentados protestaram pela perda de poder aquisitivo de suas pensões.
O governo, por sua vez, já disse que não tem intenção de voltar atrás em suas reformas.
O
líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, lamentou, em entrevista à
emissora BFMTV, que fosse preciso chegar a este ponto: "o povo vai
sofrer, vai perder dias de trabalho para defender o serviço público. E
tudo por quê? Porque Macron decide aplicar o roteiro da Comissão
Europeia".
O secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho,
Philippe Martínez, denunciou na emissora France Info que enquanto "dizem
que só há um caminho para colocar o país em ordem, o que propõem os
funcionários, os trabalhadores ferroviários, são soluções diferentes das
do governo". "Os funcionários defendem uma ideia do serviço público que
é a originalidade do nosso país", acrescentou.
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