Padres presos suspeitos de envolvimento na Operação Caifás, que apura desvios de dízimos e doações na Diocese de Formosa,
no Entorno do Distrito Federal, afirmaram ao Ministério Público que
eram coagidos pelo bispo Dom José Ronaldo a compactuar com as
irregularidades. Segundo a promotora de Justiça Fernanda Balbinot, uma
das responsáveis pelo caso, houve uma reunião para alinhar o
posicionamento. Aqueles clérigos que não concordassem, seriam
transferidos.
"No último dia 21 de dezembro, todos os membros do clero e da Diocese
de Formosa foram convocados. Nessa reunião, os padres eram pessoalmente
chamados para dizer se estavam, não em comunhão com a igreja, mas sim em
comunhão com o bispo", explica.
Além disso, Fernanda destaca que, assim que chegou à Formosa, trocou de
função padres que exerciam funções estratégicas. "Estes indivíduos que
estão sendo investigados foram colocados nessas posições a mando do
bispo e, a partir de então, iniciaram o esquema de apropriação de
valores", destaca.
O advogado de Dom José Ronaldo disse à TV Anhanguera que não vai comentar as denúncias.
A operação foi deflagrada na última segunda-feira (19). A suspeita é
que os desvios sejam superiores a R$ 2 milhões. Nove pessoas, incluindo o
bispo e outros clérigos, além de duas pessoas apontadas como "laranjas"
no esquema, foram presas.
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