A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (1º) a Operação Descarte, com o
objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro que, usando
empresas que estavam sob controle, simulavam venda de mercadorias com o
propósito de lavar dinheiro para outras que pagavam por produtos
inexistentes. Esses pagamentos eram feitos por meio de transferências
bancarias ou boletos, o que, segundo a PF, dava “aparência de
legalidade” ao negócio.
Contando com a ajuda da Receita Federal, a
operação cumpre 15 mandados de busca e apreensão em residências e
empresas localizadas nas cidades de São Paulo, Santos, Paulínia (SP),
além de Belo Horizonte e Lamin (MG). Em nota, a PF informou que os
valores recebidos eram transferidos “para diversas empresas de fachada,
que remetiam os valores para o exterior ou faziam transferências para
pessoas ligadas ao cliente inicial”.
De acordo com os
investigadores, o maior cliente desse esquema foi uma “empresa
concessionária de serviços públicos de limpeza no município de São
Paulo” que, entre 2012 e 2017, teria simulado a aquisição de produtos
como detergentes, sacos de lixo e uniformes. “Assim, foram repassados
mais de R$ 120 milhões para terceiros ainda não identificados”,
acrescentou a nota.
Vários veículos de luxo foram adquiridos pelo
grupo criminoso. Todos foram registrados em nome de laranjas. Ainda
segundo a PF, “uma das células do esquema criminoso” remeteu ilegalmente
parte dos valores para um funcionário público argentino, no exterior.
Esse funcionário estaria “em conluio” com operadores financeiros já
presos no âmbito da Operação Lava Jato.
Caso se confirmem as
suspeitas dos policiais, a expectativa é de que os investigados sejam
acusados de crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas,
sonegação tributária e associação criminosa. Há também suspeitas de
práticas dos crimes de corrupção ativa e passiva.
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