Até algum tempo atrás, não se pensava em cérebro quando o assunto era obesidade. Antes, a doença era considerada um problema muito mais relacionado ao estoque de gordura. Nos últimos anos, porém, cientistas têm sugerido que o sistema nervoso central tem um papel fundamental nos caminhos que levam ao desenvolvimento da patologia. Para reforçar essa ideia, um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comprovou, pela primeira vez, que o cérebro de obesos funciona de forma diferente, comparando-se ao de pessoas magras. Os resultados abrem novas perspectivas terapêuticas, como o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.
Considerada a epidemia do século 21 – segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial está acima do peso –, a obesidade não tem uma causa principal definida. O que se sabe é que a mazela é provocada por diversos fatores; entre eles, genéticos, ambientais e sociais. Mas ninguém, ainda, consegue explicar exatamente o porquê do início da doença, onde e como ela é despertada.
Para tentar preencher essa lacuna, uma linha de pesquisa médica se debruça sobre estudos que demonstram que a obesidade pode ser causada por algum distúrbio provocado no cérebro. “Nosso conhecimento a esse respeito cresceu de tal forma que hoje acreditamos que a obesidade decorra, principalmente, de algum erro no processamento de informações que chegam ao sistema nervoso central”, explica Lício Velloso, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e orientador do estudo.
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