O Brasil ocupa a 161ª posição no Ranking de Presença Feminina no
Poder Executivo, dentre os 186 países analisados pelo Projeto Mulheres
Inspiradoras (PMI) – 2018. O ranking é baseado em um índice que
sintetiza dados que medem a representatividade feminina nas chefias de
governo; a representatividade nas chefias de Estado; o número e a
proporção de habitantes governados por mulheres e a proporção de cargos
em ministérios ocupados por lideranças femininas.
Os dados do
projeto são baseados em informações das Nações Unidas, do Banco Mundial e
do instituto de pesquisas The Heritage Foundation. A análise considerou
186 países reconhecidos pela ONU. Também foram coletados dados
específicos em consulados e espaços oficiais dos países participantes.
No caso do Brasil, foram considerados dados primários e públicos do
Tribunal Superior Eleitoral, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados
(Sead).
Dez primeiros colocados
Segundo o ranking
atual, os dez primeiros países com presença política de lideranças
femininas no Executivo são: Nova Zelândia, Chile, Reino Unido, Suíça,
Ilhas Marshall, Myanmar, Islândia, Noruega, Peru e Alemanha. Todos eles
tinham mulheres como chefes de Governo, sendo que cinco dessas nações
também contam com mulheres chefes de Estado. Mas, mesmo nesses dez
países mais bem colocados, a média de mulheres em ministérios é de
28,5%, o que está longe de representar o percentual de mulheres na
população mundial, que é de pouco menos da metade do total. De acordo
com as Nações Unidas, existem no mundo 101,8 homens para cada 100
mulheres.
Quando comparados continentes, o que está melhor
posicionado é a Europa, onde as mulheres ocupam 20,4% das cadeiras de
chefias de Governo totais. O mesmo ocorre com a proporção média europeia
de mulheres ocupantes de cargos político-administrativos de primeiro
escalão: elas estão em 24,7% dessas posições no continente. As Américas
juntas estão na segunda posição, seguida pela Ásia e pela África
subsaariana, conforme divisão territorial estabelecida na pesquisa. Em
último lugar, está o Norte da África, onde não há mulher como chefe de
Governo.
De acordo com o PMI, a média mundial de
representatividade feminina em chefias de Governo é de 7,53%. Já a
proporção de mulheres que ocupam cargos em ministérios é de 18,4%. “Nós
estamos mostrando que 92% dos chefes de Governo no mundo são do sexo
masculino. A representatividade das mulheres é muito baixa”, enfatiza
Marlene Machado, diretora executiva do projeto. Uma situação que
encontra eco na história: desde 1940 até hoje, detalha o estudo, apenas
135 mulheres foram chefes de Governo, em 73 países.
Outro elemento histórico que ajuda a explicar a situação é o acesso ao voto. A Nova Zelândia, primeira colocada no ranking,
é também a que detém o direito ao voto feminino há mais tempo: 125
anos. Lá, o direito foi garantido apenas quatro anos após os homens
terem votado pela primeira vez. Austrália, Finlândia e Noruega vêm logo
em seguida com 124, 112 e 105 anos de direito ao voto feminino,
respectivamente. No Brasil, os homens votam desde 189, mas as mulheres
só passaram a votar e poder serem votadas em 1932, há 86 anos. A
diferença do tempo de homens e mulheres como votantes aqui é de 41 anos.
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