O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento flagrou, em
fevereiro deste ano, irregularidades em 21,8% das amostras de peixe
vendidos em 12 estados e no Distrito Federal (DF). Batizada de Operação
Semana Santa, a fiscalização envolveu a participação de mais de 50
auditores fiscais federais agropecuários e agentes de inspeção do
ministério.
Além de produtos vendidos no DF, foram examinadas amostras de pescado
oriundas de Alagoas; do Ceará; de Minas Gerais; de Mato Grosso; do
Pará; de Pernambuco; do Paraná; do Rio de Janeiro; do Rio Grande do
Norte; de Santa Catarina; de São Paulo e do Tocantins.
Das 133 unidades analisadas pelo Laboratório Nacional Agropecuário
(Lanagro), em Goiânia, 29 apresentaram não conformidade, que ocorre
quando a espécie de peixe declarada no rótulo não condiz com o produto
contido na embalagem. É como, por exemplo, quando o consumidor compra
pescada cambucu pensando tratar-se de robalo congelado.
A identificação do pescado foi feita por meio de exame de DNA.
Segundo a amostra, uma em cada cinco embalagens de peixe vendidas no
varejo desses estados apresenta fraude. O índice é ainda maior nos
estabelecimentos que estão sob fiscalização estadual ou municipal: em 36
embalagens analisadas, 20 apresentaram não conformidade, o que
representa 55,6% do total. No caso dos estabelecimentos sob inspeção
federal, que inclui os estrangeiros, o número de fraudes é menor. Das 97
amostras analisadas nesse grupo, um total de 9 resultou em não
conformidade (9,3%).
A substituição de espécies de peixe nas embalagens ocorreu entre
produtos de maior valor de mercado para outros de menor valor. Entre as
fraudes encontradas pelos fiscais agropecuários estão embalagens
vendidas como sendo robalo congelado, mas que, na verdade, continham
pescada cambucu, ou surubim substituído por bagre. Também houve
flagrantes de filé de linguado trocado por albaote dente-curvo e de
sardinha substituída por peixe cavalinha, entre outros.
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