O uso consciente de antibióticos requer a atuação de diversos atores,
que vão desde a população em geral até profissionais da saúde e
indústria farmacêutica. "Sem uma ação urgente, caminhamos para uma era
pós-antibióticos, em que infecções comuns e ferimentos leves podem
voltar a matar", alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS).organização
que promove até domingo (24) a Semana Mundial do Uso Consciente de
Antibióticos. A programação teve início na segunda-feira (18).
Segundo a OMS, o uso inadequado de antibióticos faz com que as
bactérias se alterem, tornando-se resistentes a medicamentos. Infecções
como pneumonia, tuberculose e gonorreia, estão se tornando cada vez mais
difíceis e, às vezes, impossíveis de tratar. A OMS estima que pelo
menos 700 mil pessoas morrem por ano devido a doenças resistentes a
medicamentos antimicrobianos e alerta que o número de mortes pode chegar
a 10 milhões, a cada ano, até 2050, mantido o cenário atual.
"Isso é um problema que tem se tornado cada vez mais grave. A
resistência bacteriana hoje em dia é considerada uma das 10 maiores
ameaças à saúde pública global. Infecções para as quais antigamente a
gente tinha tratamento, hoje praticamente não temos mais opções", disse a
chefe do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto
Oswaldo Cruz.
A pesquisadora ressalta que vários atores podem contribuir para
reverter esse cenário. Profissionais da saúde podem ter mais cuidado e
prescrever antibióticos de forma correta e consciente, escolhendo melhor
o medicamento na hora de receitá-lo.
E a população também pode se proteger. "Muitas vezes acontece de a
gente usar o antibiótico que tem no armário da vizinha, ou da tia, que
falou que usou aquele antibiótico para tratar uma infecção parecida. Não
pode. A população tem que ter essa noção de que antibiótico só pode ser
usado, que só adianta, para infecções bacterianas. E quem tem que
receitar é o médico", afirmou.
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