O brasileiro Luis Carlos Giampaoli, de 44 anos, que foi detido ao entrar pelado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 4 de janeiro deste ano, voltou para o Brasil há uma semana e está morando na residência da sua irmã, em Laranjal Paulista (SP). Luis ficou internado durante um mês em um hospital psiquiátrico na Itália após ser detido pelos seguranças.
“Eu não me arrependo do que fiz. Fui para a Itália
para poder arrumar um trabalho, pois estava desempregado no Brasil. Sou
técnico de enfermagem, já trabalhei com gastronomia e, como consegui
cidadania italiana, achei que minha vida mudaria em Roma. Aluguei meu
apartamento em São Paulo e fui para Itália. Porém, não tinha muito
dinheiro e esperava ficar em um albergue. Mas, quando fui pedir ajuda,
me falaram que não tinha vaga. Ninguém me ajudou e cheguei a ficar na
rua por dias. Foi então que resolvi fazer uma manifestação no Vaticano
contra a falta de caridade, pois o albergue que queria ficar é ligado ao
Vaticano”, afirma.
De acordo com Luiz, a ato foi justamente chamar a atenção das
autoridades e planejou dias antes como seria a manifestação na Basílica
de São Pedro.
“Eu quis protestar para mostrar que estava limpo de coração e só queria
ajuda. Como já havia feito um teatro em que ficava nu no palco, pensei
em protestar dessa maneira para chamar a atenção. Me escondi em uma
cortina, onde tirei a calça e a camiseta. Fiquei apenas de tênis e a
mochila. Em seguida, caminhei pela Basílica de São Pedro e gritei que
não há solidariedade em Roma. Após o protesto, me emocionei e comecei a
chorar. Eu me despi com alegria no coração", afirma.
O brasileiro conta que, após ser detido pelos seguranças, um médico que
estava pela Basílica afirmou que Luis teria que ir para um hospital
receber atendimento. “Foi então que me levaram para um hospital
psiquiátrico. Fui muito bem atendido, medicado e aconselhado pelos
funcionários e assistentes sociais. Eu estava desesperado para ter
ajuda. O tempo que fiquei lá foi bom. Depois de receber alta, eles ainda
me deram assistência e acabei ficando no albergue, o mesmo que queria
ficar quando cheguei”, conta.
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