terça-feira, agosto 15, 2017

Acusada de seduzir, dopar agentes e ajudar na fuga em massa de cadeia é solta em MT.

Acusada de ter seduzido e dopado agentes penitenciários, além de ajudar na fuga em massa de 27 presos da cadeia de Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá, a jovem Nayara Mendes Pereira de Souza, de 27 anos, está há quatro meses solta, após cumprir 2 anos da pena. Nayara, ao ser presa, disse à TV Centro América que dopar os agentes e soltar os presos foi ‘mamão com açúcar’.

O caso foi registrado em fevereiro de 2015, quando duas mulheres seduziram e doparam dois agentes da cadeia, pegaram as chaves das celas e soltaram 27 presos pela porta da frente da unidade.

Os agentes foram encontrados desacordados, sem roupas e amarrados. As mulheres entraram na cadeia supostamente a pedido de dois agentes para uma ‘festinha’ entre eles. Elas deram uísque e um remédio para dopar os servidores públicos e assim conseguirem soltar os presos. Segundo as investigações daquela época, uma das mulheres é irmã de um preso e a outra é namorada do detento.

Nayara foi condenada a cumprir 12 anos de prisão. Ela cumpriu dois anos de prisão enquanto estava na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá. Em abril deste ano, a Justiça concedeu progressão de regime para a presa, que passou para o regime semiaberto com monitoramento de tornozeleira eletrônica.

Para conceder o benefício, a Justiça levou em consideração que Nayara atingiu o tempo necessário à progressão de regime que pretendia, além de ter um bom comportamento na penitenciária, fato confirmado pela direção da unidade. A acusada também passou por exames psicológicos que não apontaram nada que pudesse comprometer a progressão de regime.

Ainda, a Justiça estabeleceu restrições: Nayara deve ficar recolhida em casa, entre as 20h e 6h, sendo autorizada a sair para trabalhar ou buscar emprego. Ela também está proibida de se ausentar da Grande Cuiabá, não pode frequentar casas de prostituição, bocas de fumo, não pode ingerir bebida alcoólica ou fazer uso de droga.

Ela corre o risco de perder a progressão caso comete qualquer tipo de infração penal e ter novamente a prisão decretada por descumprir as regras impostas.

Após a fuga, a Polícia Civil recebeu diversas denúncias contra os três servidores públicos sobre supostas irregularidades que ocorriam dentro da cadeia. Em depoimento, um preso afirmou que o ex-diretor e os dois agentes cobrariam entre R$ 800 e R$ 1,5 mil para liberar o consumo de entorpecentes na cadeia.

Irregularidades também foram relatadas por agente penitenciário que, após ser lotado em Nova Mutum, disse ter pedido transferência por causa da negligência com o controle dos detentos. Segundo ele, “festinhas” com bebidas alcoólicas e até churrasco seriam permitidos aos presos.

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