Acusada de ter seduzido e dopado agentes penitenciários, além de ajudar
na fuga em massa de 27 presos da cadeia de Nova Mutum, a 269 km de
Cuiabá, a jovem Nayara Mendes Pereira de Souza, de 27 anos, está há
quatro meses solta, após cumprir 2 anos da pena. Nayara, ao ser presa,
disse à TV Centro América que dopar os agentes e soltar os presos foi ‘mamão com açúcar’.
O caso foi registrado em fevereiro de 2015, quando duas mulheres seduziram e doparam dois agentes da cadeia, pegaram as chaves das celas e soltaram 27 presos pela porta da frente da unidade.
Os agentes foram encontrados desacordados, sem roupas e amarrados. As
mulheres entraram na cadeia supostamente a pedido de dois agentes para
uma ‘festinha’ entre eles. Elas deram uísque e um remédio para dopar os
servidores públicos e assim conseguirem soltar os presos. Segundo as
investigações daquela época, uma das mulheres é irmã de um preso e a
outra é namorada do detento.
Nayara
foi condenada a cumprir 12 anos de prisão. Ela cumpriu dois anos de
prisão enquanto estava na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May,
em Cuiabá. Em abril deste ano, a Justiça concedeu progressão de regime
para a presa, que passou para o regime semiaberto com monitoramento de
tornozeleira eletrônica.
Para
conceder o benefício, a Justiça levou em consideração que Nayara
atingiu o tempo necessário à progressão de regime que pretendia, além de
ter um bom comportamento na penitenciária, fato confirmado pela direção
da unidade. A acusada também passou por exames psicológicos que não
apontaram nada que pudesse comprometer a progressão de regime.
Ainda, a Justiça estabeleceu restrições: Nayara deve ficar recolhida em
casa, entre as 20h e 6h, sendo autorizada a sair para trabalhar ou
buscar emprego. Ela também está proibida de se ausentar da Grande
Cuiabá, não pode frequentar casas de prostituição, bocas de fumo, não
pode ingerir bebida alcoólica ou fazer uso de droga.
Ela
corre o risco de perder a progressão caso comete qualquer tipo de
infração penal e ter novamente a prisão decretada por descumprir as
regras impostas.
Após a fuga, a Polícia Civil recebeu diversas denúncias contra os três servidores públicos sobre supostas irregularidades que ocorriam dentro da cadeia.
Em depoimento, um preso afirmou que o ex-diretor e os dois agentes
cobrariam entre R$ 800 e R$ 1,5 mil para liberar o consumo de
entorpecentes na cadeia.
Irregularidades
também foram relatadas por agente penitenciário que, após ser lotado em
Nova Mutum, disse ter pedido transferência por causa da negligência com
o controle dos detentos. Segundo ele, “festinhas” com bebidas
alcoólicas e até churrasco seriam permitidos aos presos.
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