O menino João Felipe Eiras Santana Bichara, de 6 anos, foi encontrado
pela polícia morto dentro de uma mala, na tarde de segunda-feira (25),
em Barra do Piraí, no interior do Estado do Rio. A criança estava na
casa de Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo, de 22 anos, que está
presa acusada da morte. A mulher é manicure e amiga da mãe da criança,
Aline Eiras Santana Bichara. A polícia suspeita que o crime tenha sido
motivado por vingança. O crime chocou a população da pacata Barra do
Piraí, de cerca de 95 mil habitantes. A segurança da delegacia precisou
ser reforçada para evitar que a suspeita fosse linchada.
João
Felipe sumiu por volta das 14h30 de segunda-feira, após ser buscado na
escola onde estudava, o Instituto de Educação Franciscana Nossa Senhora
Medianeira, escola religiosa de classe média alta da região. Segundo o
delegado Mário Omena, da 88ª Delegacia de Polícia (Barra do Piraí),
Suzana teria ligado para o colégio se passando por uma tia do garoto,
dizendo que ia buscá-lo porque ele tinha uma consulta médica. Ela foi à
escola de táxi. "Quando estava perto do colégio, ela simulou que estava
falando ao celular e pediu ao taxista para pegar o garoto. Em seguida, o
taxista os levou ao Hotel São Luiz, no centro da cidade, onde Suzana
asfixiou o menino até a morte com uma toalha no rosto", contou o
delegado.
Segundo Omena, cerca de 20 minutos depois de dar
entrada, Suzana saiu do hotel carregando o menino nos braços, como se
ele estivesse dormindo. Ela pegou outro táxi e voltou para sua casa, na
Rua Cristiano Otoni, também no centro. Lá, a manicure despiu o menino e o
colocou dentro de uma mala. Depois, saiu para confortar Aline, mãe de
João Felipe. Àquela altura, os pais do garoto já sabiam que ele havia
sido pego na escola por um homem de cerca de 25 anos, que trajava
bermuda (o taxista), e tinham feito um registro de sequestro na 88ª DP.
A família da criança, que é dona de uma imobiliária na cidade, usou o
perfil da empresa no Facebook para pedir informações sobre o paradeiro
de João Felipe. O caso rapidamente gerou comoção na cidade. O
recepcionista do Hotel São Luiz viu a repercussão na internet e
lembrou-se do menino que saiu do local supostamente dormindo nos braços
de uma mulher, e ligou para o taxista que a levou em casa. O taxista,
então, ligou para a emergência da PM, comunicando o fato. Policiais
militares do 10º Batalhão foram, então, à casa de Suzana, onde
encontraram o corpo de João Felipe dentro de uma mala.
A manicure,
que naquele momento estava na residência dos pais da criança
confortando o casal, foi presa e levada à 88ª DP. "Informalmente, Suzana
confessou o crime, mas disse que só vai se manifestar oficialmente em
juízo. Ela disse que frequentava a casa do menino há 3 anos, já que era
manicure e amiga de Aline. Também contou que tinha um caso com Heraldo
(pai do menino) há um ano e meio, e que ele a estava perseguindo. A
mulher afirmou que inicialmente pretendia só dar um susto na criança,
mas como ele a conhecia e ia entregá-la, decidiu matá-lo", explicou o
delegado.
Suzana foi presa em flagrante e indiciada por homicídio
triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e emboscada) e
ocultação de cadáver. Ela será transferida para um presídio no Complexo
de Bangu, na zona oeste da capital, ainda nesta terça-feira.
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