Cinco cardiologistas pediram exoneração ontem (4) do Hospital Regional
Walfredo Gurgel, onde atuavam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O
motivo alegado para o pedido coletivo, segundo a carta assinada pelos
profissionais, é a falta de condições de trabalho, geradora da
“insatisfação e desgaste coletivo que a equipe enfrenta no decorrer dos
anos”.
Assinaram o documento os médicos George Cobe Fonseca (coordenador da
UTI cardiológica), Cristiane Guedes Pita, Luciano Pilla Pinto, Rodrigo
Lopes de Sousa e Stefferson Luiz Melo Duarte.A UTI cardiológica do
Walfredo Gurgel é a única na rede pública do Rio Grande do Norte.
O fechamento da unidade cardiológica é mais um sintona do caos vivido
na área da saúde pública do Rio Grande do Norte durante a gestão da
governadora Rosalba Ciarlini (DEM). O problema se arrasta há anos, mas
foi aprofundado na atual administração estadual, como vem denunciando o deputado Fernando Mineiro (PT).
Os médicos relataram, entre outros problemas, a falta de abastecimento
na referida unidade cardiológica. “Faltar antibióticos pode ser
considerado gravíssimo, pois a quantidade que tínhamos dava apenas para
metade do tratamento. Em se tratando de antibióticos é uma situação
séria, porque, em um tratamento incompleto, a bactéria termina se
fortalecendo”, explicou a cardiologista Cristiane Pita.
De acordo com os cardiologistas, é comum os médicos intensivistas
saírem da UTI para fazerem atendimentos no pronto-socorro, em outro
prédio do hospital, o que é completamente inadequado para esse tipo de
profissional.
“Os cardiologistas passaram em concurso público há quatro anos e não
têm mais ânimo para continuar. Colocaram todos os problemas em livro de
ocorrência, mas nada foi providenciado”, diz.
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