Ariano Sussasuna vivia reclamando da
internet. Não que ele não gostasse dela. “Ela é que não gosta de mim”,
dizia ele, contando a história da primeira vez em que procurou por seu
nome no Google e o site automaticamente sugeriu: “Você quis dizer Ariano
Assassino?”
Assassino não, Ariano Suassuna era matador.
Suas famosas aulas-espetáculos – onde
proferia pérolas como “A gente tem uma tendência a acreditar que não
morre. O que é bom”. Ou: “Medo da morte? Eu não gosto de contar valentia
antecipada, acho que a gente só pode dizer que não tem medo de alguma
coisa depois de enfrentá-la.” – eram matadoras.
Tinha medo de voar – como acontece àqueles que dominam a arte de voar sem sair do chão.
Tinha mais medo de gente viva do que de
fantasma – como convém aos imortais que no fundo desconfiam que um dia
vão virar fantasma.
Implicava docemente com a Lady Gaga, o
Cazuza e a Banda Calypso. – como convém àqueles que enxergam doçura e
conflito como os dois lados indissociáveis de uma mesma moeda.
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