quinta-feira, julho 24, 2014

A vida de Ariano Suassuna foi uma aula-espetácular.

O escritor Ariano Suassuna em foto de 16 de dezembro de 2011
Ariano Sussasuna vivia reclamando da internet. Não que ele não gostasse dela. “Ela é que não gosta de mim”, dizia ele, contando a história da primeira vez em que procurou por seu nome no Google e o site automaticamente sugeriu: “Você quis dizer Ariano Assassino?”

Assassino não, Ariano Suassuna era matador.

Suas famosas aulas-espetáculos – onde proferia pérolas como “A gente tem uma tendência a acreditar que não morre. O que é bom”. Ou: “Medo da morte? Eu não gosto de contar valentia antecipada, acho que a gente só pode dizer que não tem medo de alguma coisa depois de enfrentá-la.” – eram matadoras.

Tinha medo de voar – como acontece àqueles que dominam a arte de voar sem sair do chão.

Tinha mais medo de gente viva do que de fantasma – como convém aos imortais que no fundo desconfiam que um dia vão virar fantasma.

Implicava docemente com a Lady Gaga, o Cazuza e a Banda Calypso. – como convém àqueles que enxergam doçura e conflito como os dois lados indissociáveis de uma mesma moeda.

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