sábado, janeiro 21, 2017

Temer quer esperar STF definir relator da Lava Jato.

O presidente Michel Temer disse a auxiliares que o “cenário ideal” para a escolha do substituto do ministro Teori Zavascki – morto aos 68 anos em acidente de avião na quinta-feira – seria após a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, definir o novo relator dos processos da Operação Lava Jato na Corte.

Além da preocupação de “não atropelar” o Supremo, Temer quer evitar um desgaste político ao escolher o sucessor do ministro. Por ser jurista e professor de Direito Constitucional, assessores dizem que Temer deve fazer uma indicação mais pessoal As primeiras sinalizações são de que pode buscar um nome mais técnico para evitar críticas de que pretende interferir nos rumos da Lava Jato. Mas a intenção inicial é dar um tempo para que Cármen Lúcia se reúna com os outros ministros e decida os rumos do caso. “A bola, neste momento, está com eles”, disse um assessor de Temer.

A presidente do STF afirmou que não trataria do tema antes do funeral de Teori.

Para o ministro Gilmar Mendes, que estava na Europa e voltou para acompanhar o enterro, a Corte deverá discutir sobre a redistribuição do processo da Lava Jato depois das cerimônias. “Vamos aguardar os acontecimentos, vamos aguardar a cerimônia do funeral para depois cuidar dessas questões e dar o melhor encaminhamento”, disse o ministro.

Abatido, Gilmar afirmou que a morte de Teori é uma grande perda e citou, por duas vezes em rápida entrevista, a necessidade de se preservar a estabilidade do País. Ele descartou o risco de que a morte do colega de Corte possa colocar em risco o andamento da Lava Jato. “Não acredito (no risco). A responsabilidade institucional do Supremo está acima de tudo.”

Ontem, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, defendeu que o STF redistribua imediatamente os processos da operação. Para ele, aguardar a nomeação do sucessor do ministro para que as ações sejam redistribuídas “servirá apenas para agravar o ambiente político-institucional do País”. “O próprio ministro Teori Zavascki, ao nomear uma força-tarefa, durante o recesso do Judiciário, para dar seguimento à homologação das delações da Odebrecht, demonstrou firme determinação em não postergar matéria de tal relevância. E é essa a expectativa da sociedade”, disse Lamachia. Via PnoAr.

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