terça-feira, março 07, 2017

87% de mulheres sem instrução já tiveram gravidez.

Apesar de ser um direito das mulheres conquistado após anos de luta, e fortemente recomendado por diversas sociedades médicas ao redor do mundo, o planejamento familiar e o conhecimento sobre métodos contraceptivos parecem não atingir os 68% dos brasileiros que constituem as classes C, D e E, de acordo com estudo Critério Brasil, realizado pela Associação Brasileira de Empresas e Pesquisas. Isso é o que indicam também dados encontrados no estudo Nascer no Brasil (Fiocruz) e na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS-IBGE).

A PNS afirma ainda que 87% de mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto já tiveram uma gravidez. Essa porcentagem, quando comparada aos 56,4% de mulheres com ensino superior completo que ainda não engravidaram, evidencia a influência do nível de escolaridade na taxa de fecundidade, além da importância da educação sexual no ambiente escolar.

“Diferentemente do que se pensava há alguns anos, a presença da educação sexual no ambiente escolar não incentiva a prática de relações precocemente, muito pelo contrário. Ao discutir o assunto em sala de aula, os alunos muitas vezes esclarecem pontos que não se sentem à vontade para abordar com a família e passam a compreender melhor seus corpos, a fase em que se encontram e suas vontades individuais, evitando sucumbir às pressões impostas pelos colegas e cometer erros como se esquecer da camisinha, por exemplo”, destaca Dr. Afonso Nazário, ginecologista e Professor Livre-Docente do Departamento de Ginecologia da UNIFESP.

Evidenciando a relevância do conhecimento na promoção de escolhas conscientes relacionadas ao planejamento familiar, o estudo apontou ainda que apenas 46,4% de mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto utilizam algum método contraceptivo, enquanto que a porcentagem de mulheres com ensino superior completo que utilizam algum método chega a 69,7%.

“Mesmo na idade adulta as mulheres precisam receber informações e conhecimento sobre os métodos disponíveis e qual a melhor escolha para cada uma. Com os adolescentes a educação previne uma gravidez precoce e abandono da escola, enquanto que para as mulheres adultas, após os 20 anos, esse conhecimento possibilita o planejamento tanto familiar quanto econômico”, ressalta Nazário. Via PnoAR.

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