(Reprodução/Google)
O papa Francisco considerou ontem quarta
(24.06) que a separação de uma família pode ser “moralmente
necessária”, como em casos de violência, sem chegar a falar
especificamente em divórcio.
“Há casos em que a separação é
inevitável”, declarou o papa durante a audiência geral das
quartas-feiras na praça de São Pedro, no Vaticano.
“Algumas vezes, ela [a separação] pode
tornar-se mesmo moralmente necessária, quando se trata de proteger o
cônjuge mais frágil ou as crianças das feridas mais graves causadas pela
intimidação e pela violência, a humilhação e a exploração”, acrescentou
Francisco.
O papa insistiu na necessidade de
proteger as crianças. “Apesar da nossa sensibilidade aparentemente
evoluída e das nossas análises psicológicas elaboradas, pergunto-me se
não estamos anestesiados perante as feridas da alma das crianças”,
questionou.
“À nossa volta, vemos diversas famílias
em situações ditas disfuncionais – não gosto desta palavra – e nos
colocamo algumas questões: como ajudar? Como acompanhar a situação de
modo a que a criança não se torne refém do pai ou da mãe?”, disse o
papa.
Estas questões, colocadas durante a
última audiência geral antes da pausa de julho, é claramente dirigida
aos padres que vão se reunir em outubro, no Vaticano, para o sínodo
sobre a família.
Em um documento de trabalho para este
sínodo, divulgado nessa terça (23.06), o Vaticano reafirmou a
indissociabilidade do casamento, ao mesmo tempo que promete facilitar o
acesso a procedimentos para anulação do matrimônio e cita a
possibilidade de “caminhos de penitência” em condições muito rigorosas,
suscetíveis de permitir a comunhão aos divorciados que voltaram
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