A imprensa internacional deu nesta
quarta-feira (31) ampla cobertura sobre a aprovação do impeachment da
presidenta Dilma Rousseff no Senado Federal. O jornal The New York Times
afirmou que a decisão do Senado encerra uma “luta de poder que consumiu
a nação [brasileira] durante meses e derrubou um dos mais poderosos
partidos políticos do hemisfério ocidental”.
De acordo com o jornal, a votação de 61
votos contra 20 condena Dilma Rousseff por ter manipulado o Orçamento,
mas, na verdade, a decisão esconde crescentes problemas econômicos da
nação. “Foi muito mais do que um julgamento sobre a culpa [de Dilma]”,
disse o jornal. “Foi um veredicto sobre sua liderança e as sortes que
deslizam sobre o maior país da América Latina.”
A rede de televisão CBS news afirmou que
a decisão do Senado brasileiro “culmina a luta de um ano que paralisou a
economia mais poderosa da América Latina e expôs fendas profundas”
entre todos os setores da sociedade do Brasil, desde as relações raciais
até as decisões sobre gastos sociais.
Outra rede de televisão, a ABC news
lembrou que Dilma Rousseff foi uma referência mundial por combater a
corrupção, mas agora é ela própria quem está sofrendo o resultado de uma
acusação de ter “supostamente manipulado as finanças do governo para
esconder um crescente déficit na arrecadação.
Em sua edição americana, o jornal
britânico The Guardian informou que a decisão do Senado fará com que
Dilma Rousseff seja substituída pelos restantes dois anos e três meses
de seu mandato por Michel Temer, um político de centro-direita, que
estava entre os líderes da conspiração contra sua ex-companheira de
chapa.
O The Guardian fez um rápido balanço do
governo de Dilma Rousseff. A publicação revelou que, apesar de nunca
perder uma eleição, Dilma sofreu com a redução do apoio político junto à
sociedade e junto ao Congresso, em razão da crise econômica, da
paralisia do governo e de um escândalo de corrupção maciça que implicou
quase todos os principais partidos.
“Por mais de dez meses, a líder
esquerdista lutou para desmentir acusações de que manipulou fundos para
programas sociais e de que assinou decretos para alterar gastos
orçamentários, sem a aprovação do Congresso.
A oposição, conforme lembrou o jornal,
alegou que estes constituíam um “crime de responsabilidade”. Dilma negou
e afirmou que as acusações sobre as operações- igualmente feitas em
administrações anteriores – foram forjadas pelos adversários “incapazes
de aceitar a vitória de Partido dos Trabalhadores”.
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