quinta-feira, setembro 08, 2016

'Quando os filhos acordaram, a mãe estava morta': alta de assassinatos de mulheres preocupa Rio Grande do Norte.

"Pa, pa, pa, pa". O som dos tiros que mataram a diarista Mykaella Ruanna Fagundes, 21, no Rio Grande do Norte, é repetido pelo filho dela - órfão aos três anos. "Ele estava na hora que aconteceu (o crime)", diz uma parente da vítima à BBC Brasil. "E sabe que a mãe não volta".

Assim como Mykaella, outras vítimas, como Ana D'Ávila, 47, Roberta, 35, Josefa, 41, Franciscris, 24, Naiara, 18, Diana, 21, Edinete, 37, Emilia, 28, Socorro, 37 e Elidiane, 25, também não voltam. As 11 foram assassinadas em agosto.

Além de terem ocorrido no mesmo mês, os casos chamam atenção por uma característica comum: todos possuem marcas de "feminicídio" - assassinatos com características de crime passional, violência doméstica ou de gênero e que dispararam no Rio Grande do Norte neste ano.

De janeiro a agosto, dos 67 homicídios de mulheres no Estado, 38,8% foram enquadrados nessa categoria - com suspeita de participação de companheiros ou ex-companheiros.

Segundo dados do Observatório da Violência Letal Intencional (Obvio), grupo de Pesquisa da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), a proporção foi quase duas vezes maior do que em igual período de 2014 e 2015. Via G1/RN.

Nenhum comentário:

Postar um comentário