A Justiça de Santa Maria anunciou na manhã desta quarta-feira
(27) que os réus acusados da tragédia da Boate Kiss vão a juri popular. A
decisão do Ulysses Fonseca Louzada, da 1ª Vara Criminal, significa que
os acusados serão julgados por pessoas da comunidade em um Tribunal do
Júri.
Os empresários donos do estabelecimento Elissandro
Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann e os músicos Marcelo de Jesus
dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão vão responder pelo homicídio
doloso de 242 pessoas, vítimas do incêndio da boate em 27 de janeiro de
2013. Foi uma das maiores tragédias na história do Brasil. Além das
mortes, os réus responderão por tentativa de homicídio de outros 636
feridos.
Além dos donos da Kiss, mais quatro pessoas podem ser
arroladas para ir a julgamento - um bombeiro que teria fraudado
documentos, um ex-contador e um ex-sócio da boate que teria prestado
falso testemunho. A partir de agora serão abertos os prazos para vistas
do Ministério Público e recursos dos acusados contra a decisão.
Caberá ao Conselho de Sentença, formado por sete jurados, decidir se os
quatro réus são culpados ou inocentes das acusações de homicídio
duplamente qualificado (242 vezes consumado e 636 vezes tentado),
apontadas pelo Ministério Público Estadual. "As versões defensivas,
embora possam existir, não restaram demonstradas de forma cabal,
uníssona, numa única direção para que possam subtrair o julgamento pelo
Conselho de Sentença", declarou o magistrado na decisão.
O
processo criminal que apura o caso soma 20 mil páginas separadas em 93
volumes. Foram ouvidas 204 pessoas, sendo 114 vítimas, 16 testemunhas de
acusação, 50 testemunhas de defesa, 2 testemunhas referidas, 18 peritos
e os 4 réus. Via bol.
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