Com a taxa de desemprego em alta e sem
perspectivas de melhora para os próximos meses, sete em cada 10
brasileiros desempregados estão dispostos a ganhar menos do que no
último trabalho, mostra pesquisa inédita feita pelo Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL).
As principais justificativas para aceitar um salário menor são a
necessidade de pagar as despesas e de voltar ao mercado de trabalho. A
maioria dos que topariam uma remuneração inferior é formada por homens e
pessoas que fazem parte das classes C, D e E.
Entre os se recusam a receber menos, que são principalmente mulheres e
pessoas que pertencem às classes A e B, argumenta-se que ganhar um
salário menor significaria um retrocesso na carreira profissional. Eles
afirmam também que, uma vez dado esse passo para trás, dificilmente
conseguiriam voltar à remuneração anterior.
Mesmo com a maioria aceitando salários menores, as oportunidades que
aparecem são poucas. Segundo a pesquisa, 60% não estão sendo chamados
para entrevistas.
Com a baixa oferta de vagas, existe uma parcela de 5,8% que desistiu
de procurar trabalho e agora está apenas à espera de uma chance. Outros
14,2% recorrem a fontes alternativas de renda, enquanto não acham um
trabalho formal. Os 80% restantes ainda procuram um emprego.
O levantamento aponta também que metade dos desempregados está nesta
condição por um período de até seis meses. A média do período sem
trabalho é ainda maior, de 12,2 meses, ou um pouco mais de um ano. E
entre os que foram demitidos, nove em cada 10 alegaram motivos externos,
como a crise econômica ou a necessidade da empresa de cortar custos.
A pesquisa, que entrevistou pessoalmente 600 brasileiros
desempregados acima de 18 anos, de ambos os gêneros e de todas as
classes sociais nas 27 capitais, destaca que a maioria dos desempregados
hoje é formada por mulheres (58%), pessoas que fazem parte das classes
C, D e E (89%), possuem filhos (56%) e têm o ensino médio completo
(65%). A idade média é de 36 anos. Via PnoAR.
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