A juíza Adriana Maria Queiroz, de 38 anos, tem uma trajetória incomum
entre os membros do Poder Judiciário. A hoje titular da 1ª Vara Cívil e
da Vara da Infância e Juventude de Quirinópolis, Goiás, passou por uma
infância pobre e trabalhou como faxineira para pagar seu curso de
direito.
Os pais de Adriana deixaram a zona rural de Guanambi, no sertão da
Bahia, e se mudaram com seus seis filhos em busca de uma vida melhor em
Tupã, no interior de São Paulo. Já no interior paulista, Adriana sempre
estudou em escolas públicas e decidiu no Ensino Médio que gostaria de
cursar direito.
Negra e pobre, Adriana conta que as adversidades motivaram sua
escolha de curso superior. “Por estar dentro deste contexto social, eu
vivenciei muitas situações injustas de exclusão. Então eu via no direito
a possibilidade de buscar mais conhecimentos, de alterar o meu contexto
de vida e também das pessoas que estavam próximas”, recorda a juíza.
A aprovação em uma faculdade particular da cidade, contudo, não foi o
suficiente. “A minha família sempre foi muito humilde e não tinha
condições de me auxiliar nos estudos, mas isso não impediu que eu
buscasse realizar o meu sonho “.
Para conseguir bancar os seus estudos, Adriana começou a trabalhar
como faxineira na Santa Casa da cidade. “Podemos quebrar paradigmas,
as expectativas negativas das pessoas, da sociedade, através do estudo e
do esforço pessoal”, conta.
Após concluir a faculdade, pediu demissão do emprego e foi para São
Paulo, onde continuou estudando sete anos por conta própria e com mais
dificuldades para se manter até ser aprovada no concurso de juíza. Em
2011, tomou posse em Goiânia. Nesse meio tempo, Adriana ainda concluiu
cinco pós-graduações na área de direito. O mais novo objetivo é concluir
mais uma graduação, desta vez em Letras.
“Quero seguir a carreira de escritora, também”, afirma a magistrada.
Adriana já lançou seu primeiro livro: “Dez Passos para Alcançar seus
Sonhos”, que conta sua trajetória. Via O Umarizalense.
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