Apesar de o acesso à educação infantil ter aumentado nos últimos
anos, com a frequência escolar na faixa de zero a 3 anos subindo de
30,4%, em 2016, para 34,2% em 2018 e na idade de 4 e 5 anos ter passado
de 90,2% para 92,4%, o acesso ao ensino superior continua muito
restrito, estabilizado em 32,7% dos jovens de 18 a 24 anos estudando.
Os dados estão na pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2019,
lançada hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), que analisa as condições de vida da população brasileira.
Segundo a pesquisadora do IBGE Betina Fresneda, que integra a
coordenação de Educação da SIS, a entrada dos jovens no ensino superior
não está compatível com os padrões internacionais. Ela explica que as
metas do Plano Nacional de Educação estabelecem para 2024 a proporção de
33% dos jovens cursando a faculdade na idade correta, enquanto em 2018 a
taxa foi de 23,1%.
“A gente tem um residual da população jovem com ensino superior
relativamente baixo, a gente tem que aumentar muito ainda a entrada dos
jovens no ensino superior, não temos um padrão compatível com o padrão
internacional, apesar de já ter garantido o acesso universal na educação
básica”, argumentou.
Na faixa de 6 a 10 anos e de 11 a 14 anos, o acesso está praticamente
universalizado, com 99,6% e 99,1% das crianças na escola. Já no ensino
médio, com idade de 15 a 17 anos, a frequência cai para 88,2%, um leve
aumento na comparação com 2016, quando 87,2% dos jovens nessa idade
estavam estudando. De acordo com Betina, há 1,2 milhão de jovens de 15 a
17 anos fora da escola.
“O Brasil universalizou o acesso ao ensino fundamental só na década
de 1990, vários países da América Latina já tinham passado por esse
processo de expansão do sistema de ensino antes. Isso se reflete num
atraso para você superar mais rapidamente essas defasagens de nível de
instrução”, disse.
Nos indicadores sobre acesso à educação, a pesquisa mostra que 27,6%
tinham alguma restrição em 2018. São consideradas aqui crianças e
adolescentes de 6 a 14 anos que não frequentam escola, pessoas com mais
de 15 anos analfabetas e maiores de 16 anos sem o ensino fundamental
completo.
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