Aplicação financeira mais tradicional do país, a caderneta de
poupança registrou a menor retirada líquida para meses de outubro em
cinco anos. No mês passado, os saques superaram os depósitos em R$ 247,2
milhões, informou hoje
(6) o Banco Central. Este é o melhor resultado para o mês desde outubro
de 2014, quando a poupança tinha registrado captação líquida (depósitos
menos saques) de R$ 540,3 milhões.
Em outubro do ano passado, os correntistas tinham retirado R$ 2,71
bilhões a mais do que tinham depositado. De janeiro a outubro, os
brasileiros retiraram R$ 6,31 bilhões a mais do que depositaram na
caderneta. O desempenho está pior do que em 2018. No mesmo período do
ano passado, as captações (depósitos) tinham superado as retiradas em R$
22,96 bilhões.
Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da
poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões.
Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a
retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de
queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada
líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$
40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações
excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018 – captação líquida
de R$ 38,26 bilhões.
Com rendimento de 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia), a
poupança está se tornando menos atrativa porque os juros básicos estão
no menor nível da história. Com a redução da Selic para 5% ao ano, o investimento deixará de render mais do que a inflação.
Para 2020, o Boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras
divulgada toda semana pelo Banco Central, prevê inflação oficial pelo
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,6%. Com a atual fórmula
de rendimento, a poupança renderá 3,5% no próximo ano, caso a Selic
permaneça em 5%.
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