Começou por volta das 14h desta terça-feira (12), com uma hora de
atraso, o julgamento do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar, no Tribunal de Justiça, no Centro do Rio. O criminoso, que chegou de helicóptero por volta de 11h,
responde por homicídio qualificado. Na entrada do tribunal, escoltado
por policiais, escondendo as algemas e de óculos, ele sorriu, acenou e
mandou beijos.
Beira-Mar é acusado de orquestrar a morte dos também traficantes
Antônio Alexandre Vieira Nunes, Edinei Thomaz Santos e Adaílton Cardoso
de Lima, de dentro da penitenciária Bangu 1, onde estava preso em 2002.
Apenas o terceiro sobreviveu.
Às 15h, começou a ser interrogado. Antes, a defesa pediu a suspensão da
sessão porque nenhuma das seis testemunhas compareceu. A promotoria,
por sua vez, disse que não seria necessário, e o juiz Murilo Kieling
decidiu prosseguir com o julgamento, e perguntou se o réu usaria de seu
direito de permanecer em silêncio. Beira-Mar preferiu responder.
No interrogatório, o juiz perguntou se Beira-Mar teria ordenado os
homicídios. "Não, de forma alguma", respondeu o réu. "Tanto que eu
mandei socorrer o Adaílton, que era meu olheiro", disse sobre o
sobrevivente, que desapareceu após o crime e é uma das testemunhas
ausentes.
Beira-Mar afirmou que apenas ordenou a realização de uma reunião na
favela Beira-Mar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para
esclarecer uma guerra que estava acontecendo entre traficantes da
comunidade. Nesta época, segundo ele, que estava em Bangu 1, a ordem foi
dada por meio de um dos telefones celular que ficavam à sua disposição
dentro do presídio. Segundo o réu, durante a reunião, o traficante
conhecido como Pepito, teria se descontrolado e atirado a esmo, matando
inclusive inocentes.
Estudante de teologia
O traficante contou ainda que iniciou a faculdade de teologia à distância, e que só não está trabalhando porque a unidade penitenciária não oferece esse tipo de serviço.
O traficante contou ainda que iniciou a faculdade de teologia à distância, e que só não está trabalhando porque a unidade penitenciária não oferece esse tipo de serviço.
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