O ex-vice-presidente de Fundos de
Governo e Loterias da Caixa, Fábio Cleto, disse em depoimento de delação
premiada que o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB), recebia 80% da propina arrecadada entre empresas
interessadas na liberação de verbas do Fundo de Investimento do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
A informação consta de um trecho do
depoimento de delação, divulgado após decisão do ministro Teori Zavascki
que determinou a prisão do doleiro Lúcio Funaro, acusado pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) de atuar em favor de Cunha.
“A questão do pagamento de propina foi
inicialmente dita ao depoente por intermédio de Lúcio Bolonha Funaro,
que disse que, do valor total cobrado da propina, 80% ficaria com
Eduardo Cunha, 20% com Lúcio Bolonha Funaro; que dos 20% de Lúcio
Bolonha Funaro, [Fábio Cleto] teria direito a 40%, sendo que, destes
40%, por vontade do declarante, metade do valor seria repassado para
Alexandre Margotto [apontado como assessor de Funaro]”, diz trecho da
delação.
Lava Jato
Funaro foi preso hoje, durante mais uma
fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Ele foi encaminhado para
o Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista e será levado para a
sede da superintendência da PF na cidade.
Em nota, Cunha negou as acusações de
recebimento de propina e desafiou Cleto a provar as acusações. As
acusações fazem parte da terceira denúncia apresentada pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no mês passado contra
Cunha.
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