Antes do evento de quinta-feira (25) em Varginha, no Complexo de
Manguinhos, na Zona Norte do Rio, o Papa Francisco fugiu mais uma vez do
protocolo. Como o acesso ao campo fica em frente a um templo da
Assembleia de Deus, ele decidiu entrar.
Convidou pastores e fiéis
que estavam no local para declamarem juntos um “Pai Nosso”. “Estávamos
na congregação e recebemos um representante da equipe dele (Francisco).
Perguntou se poderia passar aqui. Aceitamos, claro, afinal somos irmãos
em Cristo. É uma interação positiva, nós (cristãos) aprendemos sempre
que não existe essa diferença e nem deve haver briga. Sem paz com todos,
não veremos Deus”, explicou o pastor Elenilson Ribeiro.
O pastor
Eliel Magalhães, da mesma igreja, explicou que o templo ficou aberto
durante o evento para servir de apoio aos católicos que foram ver o
Papa.
“A gente tem o seguinte posicionamento: Jesus Cristo é o
senhor. Nosso Pontífice não é o Papa, mas ficamos muito contentes com a
visita. Deixamos a igreja aberta para apoiar as pessoas, quem precisasse
ir ao banheiro beber uma água”, esclareceu Magalhães.
O padre
Márcio Queiroz, que acompanhou o pontífice na visita à favela, relatou
que “Caminhando pela comunidade, chegamos até a igreja evangélica. Eu
mostrei a ele que eles estavam no templo, e ele pediu para ir até lá
para cumprimentá-los. O papa falou com o pastor e com as pessoas que
estavam lá, e os convidou a rezarem um Pai Nosso”, disse.
Federico
Lombardi, porta-voz do Vaticano, ressaltou que “Foi um momento
ecumênico, espontâneo e muito bonito”. Curiosamente, as grandes redes de
TV que cobriam o evento não deram destaque a esse encontro que não é
novidade para Francisco.
Quando Jorge Bergoglio foi escolhido para ser o sumo pontífice, o evangelista Luis Palau afirmou:
“Eu me encontrei com o agora Papa Francisco várias vezes durante nossas
visitas a Argentina… ele é um grande amigo dos evangélicos. Sempre teve
um grande respeito pelos evangélicos”. Em junho, seis pastores evangélicos pentecostais da Argentina visitaram o Papa Francisco em sua residência no Vaticano.
O
encontro durou uma hora e meia, e os líderes evangélicos, disseram ser
amigos desde que Bergoglio era o arcebispo de Buenos Aires. Ele se
encontrava com os pastores seguidamente nas reuniões da Comunidade
Renovada de católicos e evangélicos no Espírito Santo (CRESCER).
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