Após quase um mês das rebeliões, confrontos armados entre facções criminosas e morte de detentos dentro de Alcaçuz
-- o maior presídio do Rio Grande do Norte -- o governo do estado ainda
não sabe com exatidão quantos presos foram vítimas da matança e muito
menos quantos conseguiram, de fato, fugir da unidade. Nesta sexta-feira,
mais um crânio foi localizado por trás do Pavilhão 3, o que deve elevar
a contagem oficial de mortos. A visita de familiares foi liberada, pela primeira vez após a rebelião, neste sábado (11).
Até o momento, segundo o Instituto Técnico-Científico de Perícia
(Itep), 22 corpos já foram entregues às famílias e enterrados. Contudo,
ainda há 12 cabeças, outros membros e mais quatro cadáveres -- sendo
três totalmente carbonizados -- que necessitam de identificação. Exames
de DNA devem ser feitos em outro estado, já que o Itep não possui
equipamentos para isso, mas também não há previsão de quando estes
testes serão realizados. No dia 25 de janeiro, a Secretaria de Justiça e
Cidadania (Sejuc) informou que pelo menos 56 detentos haviam fugido de Alcaçuz, mas já alertava que esse número poderia subir.
Além disso, até esta sexta-feira (10), nenhum familiar reivindicou a
identificação desses quatro corpos que restam no necrotério do
instituto. Atualmente, no laboratório de DNA do Itep, existem 16
amostras já recolhidas desses corpos e de partes recolhidas na
penitenciária.
De acordo com a direção do Itep, na primeira semana que os corpos foram
recolhidos, 48 familiares estiveram na sede do órgão para reconhecer os
mortos. Na ocasião, 22 foram oficialmente identificados. Desses, 11
corpos foram liberados para os familiares sem cabeça.
O órgão informou que esses 22 mortos foram
identificados através de exames de papiloscopia, que é comparação das
impressões digitais. Algumas identificações também foram facilitadas por
causa das tatuagens das vítimas. Porém, quatro corpos, 12 cabeças e
outros membros só poderão ser identificados através de DNA. Via G1.
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