O Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro (MPRJ) e a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) do Rio
deflagraram, hoje (14/), a segunda fase da Operação Resina para
desarticular uma associação criminosa especializada em desvio de cargas.
Os agentes da 61ª DP (Xerém) e da 105ª DP (Petrópolis), estão nas ruas
com o apoio de unidades do Departamento Geral de Polícia da Baixada
(DGPB), do Departamento Geral de Polícia do Interior (DGPI).
De acordo com a Sepol, o foco principal
desta fase é o combate ao crime de receptação de ferro, alumínio e aço.
Ao todo serão cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em
estabelecimentos comerciais e em residências nos bairros Sepetiba, Campo
Grande, Santa Cruz e Guaratiba, na zona oeste do Rio; Icaraí, em
Niterói; na região metropolitana, no município de Rio Claro, na região
do médio Paraíba; e no estado de São Paulo, com apoio da Polícia Civil
paulista.
Segundo o MPRJ, o foco das buscas em São
Paulo é referente a um empresário suspeito de receptar toneladas de
resina desviadas da empresa CPR Indústria de Comércio e Plástico. As
equipes fazem diligências nos bairros do Claret e na Rodovia Washington
Luís, em Rio Claro.
Os agentes informaram que dois dias antes da
primeira fase da Operação Resina, no último dia 1º, os investigados
denunciaram falsamente na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes),na zona
oeste do Rio, um roubo de carga de vergalhão, que teria ocorrido na
divisa do distrito de Xerém, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense,
com Petrópolis, na região serrana do Rio.
Conforme a Sepol, a investigação indicou que
se tratava de uma farsa e a carga de aço, avaliada em R$ 150 mil, foi
destinada a empresários da zona oeste do Rio de Janeiro. “Os agentes
apuraram, ainda, que os acusados também estão envolvidos em dezenas de
fraudes relacionadas a aço, alumínio e ferro”, informou.
O MP afirmou que esses empresários da zona
oeste estão envolvidos em dezenas de outras fraudes relacionadas a aço,
alumínio e ferro, resultando em prejuízo ao setor avaliado em R$ 2
milhões. “A amplitude da investigação possibilitou identificar ao menos
duas dezenas de roubos que não ocorreram, ocasionando super notificação
dos indicadores de roubo de carga”, destacou o MP.
Para os policiais, os criminosos escolhiam
os alvos em várias plataformas de anúncios de frete pela internet. Na
sequência, depois de serem contratados pelas empresas, eles desviavam a
carga diretamente para os empresários investigados. “Uma das formas de
atuar da associação criminosa funcionava do seguinte modo: empresas
publicavam cargas e fretes em uma plataforma online de
transporte rodoviário de carga, enquanto os motoristas procuravam fretes
compatíveis com seus veículos”, relatou a secretaria.
As investigações indicaram também que após a
negociação do frete e o carregamento do caminhão, outro motorista
assumia a direção e desviava a carga para os receptadores. “O primeiro
motorista ficava responsável por comparecer em sede policial para
realizar um registro de ocorrência, afirmando que teria sido roubado”,
revelou o MPRJ.